Voluntariado, Cidadania e Atitude

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Terceiro Setor no pós-pandemia
Foto: rawpixel.com via Freepik

“Nem tudo depende de tempo,
para as coisas acontecerem, elas dependem de atitude!”

A participação de cada cidadão em ações sociais e comunitárias contribui e muito para o enfrentamento dos grandes desafios que vivemos em nossas comunidades, cidade, em nosso país. Seja a exclusão social, sejam as injustiças, o descaso e descuido com outros cidadãos, com os animais ou o meio ambiente. A cultura de um ambiente de paz, a educação de qualidade para todos, a possibilidade de o à informação e a cuidados na saúde, na defesa de direitos, e na geração de emprego e renda.

A pandemia escancarou as desigualdades e as demandas sociais e mais do que nunca apenas com a colaboração, atitude e ação de cada um é que realmente será possível transformar essa realidade.

Cada ação é a oportunidade de consolidação de uma cidadania verdadeiramente participativa, uma oportunidade de atitude cívica. O voluntariado significa muito mais que a realização de ações sociais, é a troca de experiências e um grande o para a transformação da nossa sociedade. São pequenos atos que geram grandes mudanças. Doação de tempo e conhecimento para o bem da sociedade.

A diferença para tempos anteriores parece estar no senso de urgência. Necessário cuidar de si e uns dos outros. O desafio agora é manter essa chama acesa da esperança em um futuro menos desigual, mais saudável e próspero.

Há que se organizar, estruturar as ações, estabelecer as prioridades e planejar bem a estratégia de atuação. Definir os critérios da alocação dos recursos materiais, financeiros e de tempo dos voluntários. Importante capacitar voluntários para o uso de novas tecnologias, se as ações forem a distância ou online. Para as atividades presenciais ou no território, os voluntários devem ser orientados e treinados para as questões de biossegurança, uso das máscaras, álcool em gel e ainda mantendo o distanciamento. Para que isso aconteça de maneira segura e positiva tanto para quem pratica o voluntariado como para quem recebe a ação, adotar boas estratégias de comunicação é fundamental.

Segundo os dicionários, a palavra CIDADANIA, que se origina da palavra civitas = cidade, é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito em relação à sociedade em que vive. O conceito de cidadania sempre esteve fortemente conectado à noção de direitos e de deveres assumidos por cada um para uma convivência harmoniosa da sociedade, levando em conta o impacto que uma ação causa à coletividade.

Ser cidadão é ter uma consciência crítica sobre a realidade social local e do país e participar de forma integrada e permanente em busca do bem comum. São os pequenos atos de cada cidadão, consciente e solidário que geram grandes mudanças. Ser cidadão vai além do cumprimento de leis e do voto e o voluntariado é ferramenta à disposição de quem quer ir além e participar.

Divulgação de ações voluntárias vitoriosas inspiram mais e mais pessoas a iniciarem uma ação social consistente, comprometida e responsável. E ainda a qualificação na área do voluntariado faz com que sejam reconhecidas as ações e que se perceba que fazer a diferença na vida de alguém não é tão complicado e é absolutamente gratificante.

Dicas para as práticas de voluntariado e cidadania:

  • Pratique a solidariedade, a doação, a filantropia e a cidadania, atuando como um modelo;
  • Convide, inspire, mostre caminhos e chame para as práticas de filantropia e voluntariado;
  • Organize-se para contribuir com comprometimento e responsabilidade;
  • Participe e prestigie das reuniões da comunidade, associações de moradores, grupos na escola do bairro;
  • Cuide e respeite o que é “público”, como praças, escolas, ruas, monumentos etc.;
  • Ajude as pessoas: doe tempo, energia, talento e trabalho para uma causa ou projeto;
  • Respeite as pessoas, somos seres humanos, diversos e diferentes;
  • Acompanhe, participe ativamente da sua comunidade;
  • Ofereça formação continuada aos voluntários na perspectiva da solidariedade, do exercício da cidadania e no desenvolvimento da consciência crítica sobre a realidade social local e do país.

Todos nós somos responsáveis pelo destino da própria vida e também da cidade onde vivemos: esta responsabilidade implica em participar, doar-se e dedicar-se para promover mudanças e transformações. É com respeito, generosidade, comprometimento e solidariedade que se pratica a cidadania. O resultado é o próprio bem, o bem para o outro, hoje aqui e agora, e ainda o legado deixado para as próximas gerações.

*A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião do Observatório do Terceiro Setor.

Silvia Naccache

Palestrante e consultora nas áreas de Voluntariado, Responsabilidade Social, Desenvolvimento Sustentável e Terceiro Setor. Conselheira voluntária da ABRAPS, Associação Vaga Lume e TJCC. Representante no Brasil da organização Impact2030, além de membra organizadora do Grupo de Estudos de Voluntariado Empresarial desde 2009. Coordenou por 14 anos o Centro de Voluntariado de São Paulo. Linkedin


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