Uma das primeiras arquitetas do mundo foi esquecida pela história
Marion Mahony Griffin não recebeu nenhum reconhecimento e ainda teve seu trabalho encoberto por homens durante toda a vida

Por: Isabela Alves
Nascida em 1871, em Chicago (EUA), Marion Mahony Griffin foi uma das primeiras arquitetas do mundo. No entanto, ela não recebeu nenhum reconhecimento e ainda teve seu trabalho encoberto por homens durante toda a vida.
Clara também fez parte do pioneiro Chicago Woman’s Club, um grupo que fez campanhas pelos direitos das mulheres.
Sua história com a arquitetura começou com ela ainda criança, pois Griffin acompanhou a reconstrução de uma cidade que foi atingida por um grande incêndio que, além de destruir o local, matou muitas pessoas.
Os responsáveis pela reconstrução foram Daniel Burnham e Louis Sullivan, arquitetos que posteriormente iriam influenciar e servir de inspiração para o seu trabalho.
O pai de Marion morreu quando ela tinha 11 anos e a mãe, Clara, decidiu então estudar para ser professora, tornando-se mais tarde diretora de uma respeitada escola.
Influenciada pela mãe, ela decidiu seguir o seu sonho e se matriculou no Massachusetts Institute of Technology (MIT) para estudar a arte do desenho e da construção. Ela se tornou a segunda mulher a se formar arquiteta na instituição.
A primeira, Sophia Hayden, desistiu de seguir carreira na arquitetura por conta do tratamento ruim que recebeu da comunidade profissional. Mas Marion continuou na área e logo viajou para a Europa para se inspirar nas paisagens da região.
Posteriormente, Marion se tornou a primeira funcionária de Frank Lloyd Wright, arquiteto renomado que até hoje é reconhecido como um dos grandes pioneiros do século 20. Eles trabalharam juntos durante 15 anos.
No entanto, Marion teve que lidar com um ambiente de trabalho muito tóxico, pois Lloyd Wright não falava sobre as suas criações e parte do trabalho de Marion era creditado a ele.
Na publicação alemã Ausgeführte Bauten und Entwürfe, historiadores atribuem a Marion pelo menos metade dos desenhos. Estes, aliás, são citados por vários historiadores da arquitetura como as suas melhores obras já produzidas.
Em 1909, o arquiteto partiu para a Europa para se casar com a nova esposa. Marion ficou arrasada, porque Lloyd Wright abandonou seu trabalho com muita facilidade.
Ela escreveu mais tarde em seu livro de memórias, The Magic of America, que “quando o arquiteto ausente não se preocupou em responder a qualquer coisa que fosse enviada a ele, as relações foram rompidas”.
Dois anos depois, Marion se casou com o arquiteto Walter Burley Griffin, que ela conheceu enquanto trabalhava para Lloyd Wright. Os dois criaram juntos uma empresa e aram a realizar projetos em toda a América.
Em 1912, Marion e Walter ganharam um concurso para projetar a nova capital da Austrália, em Canberra. Através de um estudo aprofundado sobre o local, Marion incorporou a riqueza da paisagem australiana e cores ricas no seu projeto.
Após a morte do marido em 1937, ela voltou para os Estados Unidos e muito do seu trabalho ficou esquecido. No entanto, ela continuou dando palestras, realizando projetos e escrevendo suas memórias. No fim da vida, ela ficou demente e acabou morrendo como indigente em 1961, aos 90 anos.
Seu atestado de óbito a lista por engano como uma “Professora em uma Escola Pública” e seu estado civil como “nunca se casou”. Agora, existe uma pequena placa em sua memória no Cemitério Graceland.
Fonte: Hypeness
01/06/2021 @ 14:08
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01/06/2021 @ 17:12
que triste, precisamos resgatar essa memória, já vejo até um filme com os dados biográficos dela….shame on you Mr F. L. Wrigth. Rip dear Marion Griffin.