Ucrânia: 21 bebês sem os pais estão em porão que corre risco de bombardeio

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Enfermeiras têm cuidado de 21 bebês em uma clínica improvisada em Kiev, na Ucrânia. Pais não podem buscar os filhos por medo e enfermeiras não conseguem ver suas próprias famílias

Imagem ilustrativa/ Foto: Adobe Stock

A guerra na Ucrânia tem afetado diretamente a vida de milhões de civis, incluindo crianças. É o caso de 21 bebês que estão em um porão residencial nos arredores de Kiev. A clínica improvisada abriga apenas as crianças, e seus pais têm medo de buscá-las, por causa da guerra.

Nos arredores da clínica, uma enfermeira empurra um carrinho de bebê com uma das mãos e segura um bebê com a outra, enquanto ela e seus colegas confortam as crianças. Os bebês ficam em uma fila de pequenas camas de plástico e as mamadeiras são empilhadas para serem esterilizadas.

São pouquíssimas enfermeiras para muitos bebês, que correm o risco de ficar sem alimentação ou morrer em algum bombardeio.

Uma das enfermeiras, Oksana, tem a própria família para se preocupar. Os filhos da enfermeira estão ao redor de Sumy, uma cidade a 320 quilômetros da capital e que foi bombardeada pelas forças russas.

Segundo ela, é perigoso tentar ver os filhos, então eles têm morado com a avó.

“Não conseguimos voltar para casa desde 24 de fevereiro. Tenho crianças em casa, mas não posso ir para lá. Eles (os russos) começaram a bombardear nossa cidade ontem. Todos os dias esperamos notícias sobre o que está acontecendo lá, mas não podemos deixar esses bebês”, disse enquanto trocava as fraldas de um bebê.

Oksana liga para sua família quando pode para ver se eles estão seguros e se conseguiram dormir à noite. Ucranianos em todo o país estão correndo entre casas e abrigos antiaéreos enquanto as forças russas avançam atacando cidades e vilas.

“Não é culpa deles que isso tenha acontecido”, disse ela sobre os bebês sob seus cuidados. “Não é culpa deles que os pais não possam vir buscá-los. Então ficamos aqui, estamos lidando com eles e ajudando com o que podemos”.

Até agora, Kiev foi poupada do pior dos combates, mas os militares russos estão lentamente se aproximando da cidade e os bombardeios se intensificaram. Pelo menos cinco pessoas foram mortas em bombardeios e ataques aéreos na cidade.

Antonina Yefymovych, também enfermeira, disse que os funcionários estavam presos e que trabalhavam dia e noite para cuidar das crianças.

Com a intensificação do bombardeio, as explosões estão ficando mais altas. E o destino das crianças e de suas cuidadoras cada vez mais incerto.

Fonte: Extra/Globo