SUS está mais aparelhado em bairros ricos, sugere estudo
Tempo de espera para atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) em Cidade Líder e Campo Grande, bairros periféricos de São Paulo, é 13 vezes maior do que na República

Por Julia Bonin
Segundo o Mapa da Desigualdade de 2022, o tempo médio de espera para consultas médicas na atenção primária na cidade de São Paulo é de 19 dias, com uma desigualdade de 13 vezes entre os bairros. As unidades com menor aguardo é o da República (0 dias) e os piores, da Cidade Líder e Campo Grande (39 dias em ambos). Apesar de ser um sistema que visa o atendimento integral, igualitário e universal de todos os brasileiros, o Sistema Único de Saúde, mesmo após três décadas de existência, enfrenta desigualdade na distribuição das unidades e no o pela população.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento à população em Unidades Básicas de Saúde (UBS), das xxxx às xxxx, em Unidades de Pronto Atendimento (Upas), das xxxx às xxxx, e hospitais, 24h por dia.
A saúde e o bem estar, assim como a redução das desigualdades, são metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 3 e 10, criados pela Organização das Nações Unidas para um mundo mais justo e igualitário. Ambos os objetivos estão em retrocesso, ameaçados ou estagnados no Brasil, segundo o Relatório Luz de 2022.
No início do ano, Vitor Augusto Marcos, um jovem de 25 anos, morreu no assoalho de uma ambulância em frente ao Hospital Geral de Taipas, na zona norte de São Paulo. O rapaz, que era obeso, faleceu após ter o pedido de atendimento negado em três unidades de saúde; nenhuma das instituições possuíam maca que resistisse ao peso do paciente.
Apesar disso, de acordo com a portaria 1.820, todos têm direito a ter atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação, restrição ou negação em virtude de condições econômicas ou sociais, estado de saúde, de anomalia, ou deficiência.
A influenciadora digital Lucilene de Lima, de 41 anos, notou manchas na pele e emagrecimento, mas precisou ar por três unidades de saúde diferentes até conseguir o diagnóstico de leucemia mieloide crônica, um tipo de câncer que afeta a medula óssea. A moradora de Diadema, na Grande São Paulo, conta que foram quatro meses de espera entre a investigação dos sintomas e o início do tratamento pela rede pública.
A lei 12.732, no entanto, determina que o paciente com câncer tem o direito de iniciar o tratamento no SUS em, no máximo, 60 dias após o diagnóstico da doença.