Setembro Amarelo: voluntários trabalham na prevenção do suicídio
Impacto das ONGs10 de setembro é marcado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. No Brasil, durante todo o ano, trabalhadores voluntários atuam na conscientização da população sobre este tema e prestação de apoio emocional às pessoas vulneráveis.

Em todo o planeta, o suicídio é responsável por tirar mais vidas do que o HIV, malária, câncer de mama, guerras e até homicídios, segundo a Organização Mundial da Saúde. No entanto, este problema grave de saúde, que atinge pessoas de diferentes nações, culturas e condições sociais, ainda é tratado como um tabu em diversos setores da sociedade. Pensando em conscientizar a população sobre a prevenção ao suicídio e estimular as pessoas a buscarem ajuda, o Brasil realiza a campanha do Setembro Amarelo, que surgiu em 2015 no país.
O movimento aproveita setembro, mês em que o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio (10/09) é reconhecido, para divulgar a campanha de conscientização sobre o tema, buscando quebrar os tabus e estigmas associados ao suicídio. Na edição de 2024, o Setembro Amarelo atua a partir do lema “Se precisar, peça ajuda!”, elaborando diversas ações durante o mês.
Entre as entidades que auxiliaram no desenvolvimento e idealização do Setembro Amarelo, está o CVV (Centro de Valorização da Vida), uma organização independente que atua por meio do voluntariado. O CVV oferece apoio emocional e busca a prevenção do suicídio, disponibilizando atendimentos por telefone (188), chat virtual, e-mail e presencial para pessoas que querem conversar – tudo isso sob sigilo e anonimato total.
Voluntários
Carlos Correia, voluntário do CVV há 32 anos, conta que as inscrições para os interessados em se voluntariar é feita diretamente no site da organização, sendo direcionada para um curso que pode ser on-line ou presencial, dependendo do local da inscrição.
“[O Curso] tem duração de aproximadamente 50 horas em encontros de 3h horas cada, onde, além de apresentarmos o CVV, falamos sobre como as pessoas costumam chegar quando nos procuram e também o que se espera de um voluntário. Posteriormente fazemos alguns exercícios de autoconhecimento e simulações de possíveis situações que possam ocorrer nos atendimentos. Depois, temos uma entrevista e, se formos selecionados, amos a fazer alguns plantões com acompanhamento de um voluntário até nos sentirmos seguros para acolher quem nos procura”, explicou Carlos.
Atualmente, o CVV conta com 3.500 voluntários, presentes em 20 estados, além do Distrito Federal. Conforme as estimativas da organização, os canais de atendimento atendem, aproximadamente, 3 milhões de chamadas por ano. Para Carlos Correia, muitas pessoas procuram auxílio no CVV e abrem seus corações para compartilhar coisas íntimas porque sabem que a conversa será sigilosa.
“Em geral, as que nos procuram estão muito fragilizadas, elas falam de seus problemas, suas perdas, suas dores, incertezas e sobre a sua solidão. Procuramos acolhê-las num ambiente fraterno e empático, de maneira que elas percebam que seu sofrimento não será minimizado e que serão compreendidas. A prática tem mostrado que, nesse ambiente, as pessoas ficam mais aliviadas, conseguindo assim reordenar seus pensamentos e tomar decisões como, por exemplo, procurar ajuda de profissionais da saúde mental para ajudá-las”, concluiu o voluntário.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) foi fundado em São Paulo em 1962, desde então prestando serviço voluntário gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.