São Paulo: 67% das mulheres moradoras da capital já sofreram assédio
O levantamento aponta que 67% das moradoras de São Paulo já sofreram algum tipo de assédio; a violência é mais registrada em transportes coletivos

Por Ana Clara Godoi
Mais de 3,8 milhões de mulheres moradoras de São Paulo já sofreram algum tipo de assédio. É o que revela a pesquisa Viver em São Paulo: Mulheres, um levantamento que mostra a percepção dos moradores e moradores da capital paulista sobre temas como assédio e divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres.
Realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec, a pesquisa aponta que 45% das mulheres que já sofreram assédio foram vítimas em transporte coletivo, 29% no ambiente de trabalho, 21% no ambiente familiar. Cerca de 32% relatam ter sido agarradas, beijadas ou desrespeitadas sem o seu consentimento.
Embora permaneça, pelo quinto ano consecutivo, como o local em que as moradoras de São Paulo mais correm o risco de sofrer assédio, o transporte público teve queda significativa de 13% nos relatos em relação à pesquisa de 2021. Por outro lado, os relatos de assédios em transporte particular, que registraram percentual de 12% na edição de 2021, aumentaram para 19%.
O levantamento ainda aponta que as moradoras de São Paulo são responsáveis por toda ou a maior parte dos trabalhos domésticos. Enquanto 36% dos entrevistados dizem que o trabalho doméstico é dividido igualmente entre homens e mulheres, 29% dizem que elas fazem a maior parte e 16% avaliam que essas tarefas são responsabilidade exclusiva das mulheres. Para 44% dos homens, o trabalho é dividido igualmente; essa é mesma percepção de 30% das mulheres que participaram do estudo.
Viver em São Paulo: Mulheres contribui para o alcance do ODS 5 e 16, metas da Agenda 2030 da ONU que promovem, respetivamente, a igualdade de gênero e o combate às violências. A pesquisa completa está disponível no link.
A Rede Nossa São Paulo é uma organização da sociedade civil que atua na mobilização de diferentes atores sociais para construir uma cidade mais justa, por meio do combate à desigualdade, promoção dos direitos humanos, participação e controle social, transparência e respeito ao meio ambiente.