Relatório apresenta dados sobre desigualdades no Brasil
Direitos HumanosLançado no dia 27 de agosto, o relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades 2024 mostra que o Brasil regrediu em relação à desnutrição de crianças indígenas. O estudo foi divulgado pelo Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades, uma aliança que possui colaboração de organizações do terceiro setor.

No dia 27 de agosto, o Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades lançou os resultados do relatório do Observatório Brasileiro das Desigualdades 2024. O estudo, coordenado pela iniciativa ABCD (Ação Brasileira de Combate às Desigualdades), apresenta uma série de dados com o propósito de compreender o cenário de disparidade social no país.
Em sua 2ª edição, Observatório Brasileiro das Desigualdades atualiza os 42 indicadores de disparidades, sendo eles distribuídos em 9 temas diferentes. A partir dos dados, o Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades espera que seja possível avaliar os avanços e retrocessos, além de nortear a formulação de estratégias e direcionar políticas públicas voltadas à redução das desigualdades.
Em relação ao ano anterior, o relatório traz alguns dados que apresentam melhoras e outros indicadores que regrediram. Entre os pontos positivos está a queda na proporção de pessoas em extrema pobreza (40%) e a redução do desemprego (20%). Em contrapartida, a desnutrição entre as crianças indígenas foi um dos principais destaques negativos, uma vez que, entre 2022 e 2023, os casos aumentaram 16,1% entre meninos e 11,1% entre meninas.
No quesito concentração de renda, houve poucas alterações, com a desigualdade de renda entre os brasileiros se mantendo elevada. Deste modo, o relatório pontua que os 1% mais ricos do país têm rendimento médio mensal per capita quase 32 vezes maior do que os 50% mais pobres.
Vale destacar que o terceiro setor possui um papel crucial na elaboração do relatório, isso porque o Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades é uma aliança formada por organizações, redes da sociedade civil, associações de prefeitos, centrais sindicais e parlamentares. Organizações como o GIFE, OXFAM Brasil, Instituto Marielle Franco e a Fundação Tide Setúbal estão entre as dezenas de OSCs que compõem a aliança.
Os resultados do Observatório Brasileiro das Desigualdades 2024 podem contribuir diretamente com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Afinal, um dos objetivos estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), na Agenda 2030, é a redução das desigualdades dentro dos países e entre eles, indicado no ODS 10.