Rede de prosperidade: CIEDS, organização que nasceu para apoiar ONGs comunitárias

O CIEDS atende mais de 2,5 milhões de pessoas através de projetos que promovem a redução das desigualdades, o combate à fome e o o à saúde e educação; a organização busca desenvolver ONGs comunitárias em todo o país

Por Ana Clara Godoi

“Nossa missão é construir redes para a prosperidade. Para ajudar o Brasil, precisamos de organizações fortes, que não entrem no modismo de realizar ações de seis meses ou só quando tem um deslizamento numa serra”, é com um apelo para a sociedade civil que Vandré Brilhante conta sobre o propósito do CIEDS, o Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável.

Com 25 anos de atuação, o CIEDS é uma organização do terceiro setor que capacita e apoia ONGs comunitárias em todo o Brasil. A entidade foi fundada no Rio de Janeiro por Vandré e dois amigos que, assim como ele, sonhavam em contribuir para o desenvolvimento local. E o que começou como um projeto que atendia 18 pequenas organizações no município do Rio, se transformou em uma rede nacional com mais de 680 projetos.

“A gente sempre atua em redes, nunca faz um trabalho isolado e sim com parceiros locais, ONGs comunitárias. Prosperidade para o CIEDS é mais educação, mais saúde, melhor renda, cidadania e, acima de tudo, confiança no futuro. E a gente só vai ter confiança no futuro quando houver instituições públicas fortes, quando a mãe confiar que pode levar o seu filho para o posto de saúde que vai ter médico”.

Um dos projetos de destaque do CIEDS é o Bairro Educador. Realizada entre 2010 e 2013, a iniciativa reuniu as comunidades cariocas para oferecer atividades culturais e pedagógicas no contraturno escolar. O objetivo era melhorar o plano pedagógico de escolas localizadas em regiões de maior violência e mais de 190 escolas foram beneficiadas. Outro destaque são as Residências Terapêuticas, espaços geridos pela organização que oferecem apoio psicológico e assistência social para pessoas que saíram de manicômios e querem se reinserir na comunidade; o projeto acontece desde 2014.

Ao todo, são cinco frentes de atuação: educação, empreendedorismo, engajamento comunitário, inclusão social e bem-estar. E todas as ações contam com ajuda do voluntariado. “Acho que todo mundo quer ajudar, basta a forma que você apresenta o caminho e cria as condições para que possam contribuir. E essa pessoa não precisa ser rica, né? Temos ideia de que o voluntário é uma pessoa que fez faculdade, que está aposentado, mas a gente encontra no nosso trabalho jovens que moram em favelas e sempre foram voluntários”.

Destaque no Terceiro Setor

Recentemente, o trabalho do CIEDS foi reconhecido no thedotgood, um ranking internacional que avalia os impactos locais e globais de ONGs pelo mundo. A organização é a única da América Latina no top 50. Para Vandré, a presença no ranking é algo positivo para todo o ecossistema do terceiro setor brasileiro. Ele acredita que uma das razões para a posição no indicativo seja ter adesão à missão da entidade.

“Eu sempre digo para a equipe do CIEDS: ‘a gente tem que perguntar todo dia a quem servimos e para que existimos’. Não é para fazer projeto, não é para pagar colaborador. Existimos para promover redes para prosperidade. Então acho que isso é muito forte, a equipe compra essa ideia e a coloca à frente de toda negociação, de todo projeto e de toda pessoa”.

As ações do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável estão diretamente alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, com foco nos ODS 1, 2, 3, 4 e 10. Respectivamente, eles promovem a erradicação da pobreza, combate à fome, saúde e bem-estar, educação de qualidade e redução das desigualdades.