Rede Comuá lança Mês da Filantropia que Transforma 2024 debatendo justiça climática
Cultura de DoaçãoDurante setembro, a Rede Comuá promove um evento focado em como a filantropia comunitária está enfrentando a crise climática através de soluções desenvolvidas por e para comunidades vulneráveis.

A Rede Comuá dá início, em setembro de 2024, ao Mês da Filantropia que Transforma, uma iniciativa que explora a interseção entre mudança climática e filantropia comunitária e de justiça ambiental. Esta é a segunda edição do evento que visa promover debates e reflexões sobre o papel das organizações na criação e financiamento de soluções climáticas locais.
O Mês da Filantropia que Transforma deste ano destacará como movimentos, coletivos e comunidades desenvolvem e implementam estratégias para enfrentar desafios climáticos em seus próprios territórios, em um evento que reunirá membros da Rede Comuá, parceiros, financiadores e organizações da sociedade civil para compartilhar experiências, conteúdos e campanhas que ilustram a transformação realizada por essas iniciativas.
O foco de 2024 é evidenciar a importância da filantropia comunitária e de justiça socioambiental em apoiar soluções climáticas desenvolvidas localmente. Muitas vezes, comunidades vulneráveis como indígenas, negras, quilombolas, LGBTQIAPN+, mulheres e populações periféricas urbanas são desproporcionalmente afetadas pelas mudanças climáticas, apesar de sua contribuição mínima para o agravamento da crise. Essas comunidades, frequentemente ausentes de fóruns de decisão e de financiamento climático, desempenham um papel importante na conservação ambiental e enfrentamento da crise climática.
Dados recentes revelam a escassez de apoio financeiro para essas comunidades. Entre 2011 e 2020, o apoio internacional para povos indígenas e comunidades locais representou menos de 1% do financiamento climático global. No Brasil, o investimento social privado para áreas de preservação ambiental foi de apenas 13% no período de 2022-2023, com ainda menos recursos destinados a comunidades quilombolas, terras indígenas e assentamentos.
A filantropia comunitária e de justiça socioambiental é fundamental para fortalecer essas comunidades e garantir que as estratégias de mitigação e adaptação climática sejam inclusivas e eficazes. O Mês da Filantropia que Transforma busca destacar as práticas e conhecimentos gerados pelas comunidades e pressionar para um aumento nos recursos destinados a essas soluções locais.
Durante o evento, serão divulgados conteúdos e atividades que demonstram como a filantropia comunitária e de justiça socioambiental apoia a implementação de soluções climáticas. Além disso, serão compartilhadas histórias de transformação realizadas por comunidades em seus territórios.
A iniciativa não só contribui para o fortalecimento da justiça ambiental e social, como também se alinha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), particularmente com o ODS 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades). Ao amplificar a voz de comunidades frequentemente marginalizadas e aumentar o investimento em soluções locais, a Rede Comuá está pavimentando o caminho para uma abordagem mais inclusiva e eficaz no enfrentamento das mudanças climáticas, promovendo a equidade e a justiça socioambiental.
Sobre a Rede Comuá
A Rede Comuá é uma rede de fundos e organizações doadoras independentes que mobiliza recursos para apoiar iniciativas da sociedade civil nos campos da justiça socioambiental, direitos humanos e desenvolvimento comunitário. Criada em 2012 como Rede de Fundos Independentes para a Justiça Social e renomeada em 2017, a Rede fortalece a capacidade de atuação dos seus membros e dá visibilidade às suas ações. Em junho de 2023, a Rede foi formalmente constituída, incluindo fundos e institutos como Baobá, BrazilFoundation, Fundo Brasil e outros. A Comuá busca promover a defesa dos direitos e fortalecer a democracia brasileira, especialmente através do apoio a iniciativas lideradas por minorias políticas.