Que arma o quê?
Os cidadãos conscientes já estão agindo. Agora, nos aprofundaremos na educação, no seu vínculo com a política e em sua contribuição para uma vida regeneradora que torne possíveis as reformas da sociedade e da vida, e o bom viver.
(Reinventar a Educação. Edgar Morin e Carlos Delgado. Tradução de Irene Reis dos Santos. Ed. Palas Athena. Pp. 6, 7.)
‘Que arma o quê">música da banda Scalene, em parceria com o rapper BK, que promete agitar o Festival Lollapalooza. Brasília também faz arte e difunde cultura!
Cultura – há umas duzentas diferentes definições para esta palavra. Da biologia, da filosofia, das ciências sociais de maneira geral. Pensando na complexidade desta definição, no que diz respeito ao ser humano, podemos pensar que a cultura é o conjunto de comportamentos, dogmas, preceitos e sentimentos. Ela é local e temporalmente dinâmica e mutável.
O que podemos dizer sobre uma cultura armamentista? Qual o perfil de uma sociedade que cultua armas?
Arma – por definição é um instrumento criado para proporcionar vantagem no ataque e na defesa em uma luta, batalha ou guerra.
Se estamos cultuando armas, será que já é hora de itirmos que estamos em guerra? Mas contra quem? Contra o quê?
A guerra é contra o medo plantado e cultivado diariamente em cada um de nós. A guerra é contra o outro, seja lá quem for. Nossos cérebros vivem em constante estresse e estado de alerta, com claros sinais de luta e fuga, sem pausa para reflexão. Um cérebro assim aceita facilmente a ideia de que a arma protege, desprezando as estatísticas e estudos científicos que dão conta de que os homicídios aumentam com o porte de armas, motivo pelo qual se criou, em 2003, o Estatuto do desarmamento.
Não é só na mídia e na agenda presidencial que a cultura armamentista tem tido espaço de honra. A guerra é, claramente, entre cultura armamentista e cultura de paz.
Quem ganha?
Assusta perceber que, ao menos no google, a cultura armamentista está ganhando de 349 contra 244 mil buscas para cultura de paz.
Quem ganha, repito?
Todos perdemos! Tempo, dinheiro, valores, vida.
A cultura de paz está diretamente ligada a cultura da não violência, ao respeito à vida e à dignidade de cada pessoa, ao compartilhar e agir de maneira gentil, respeitosa e inclusiva.
Se desde pequenos nossas crianças viverem em um meio em condições análogas ao amor, à empatia e à solidariedade, esta cultura de paz será mais buscada que a outra.
Se forem criadas para a competição, para as vantagens pessoais e para a lei do clientelismo, cada vez mais teremos o que não queremos nem nos convém, como espécie.
Referências e sugestões para avançar na temática:
MORIN, Edgar; DELGADO, Carlos Jesus. Reinventar a educação: abrir caminhos para a metamorfose da humanidade. Tradução de Irene Reis dos Santos. São Paulo: Editora Palas Athena, 2016.
Geertz, Clifford (1989). A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC. 4 páginas
Definição da palavra arma:
Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/>. o em: 03/04/2019.
Cultura de paz – UNESCO Disponível em: <http://www.unesco.org>. o em: 03/04/2019.
Artigos científicos:
FELIX, Sueli Andruccioli. Armas versus vidas: Análise de regressão sobre o impacto da apreensão de armas nos homicídios. Revista do Laboratório de Estudos da Violência da UNESP? Marilia. Ano 2013. Edição 11. ISSN 1983-2192. Pp. 119-129.
