Projetos escolares incentivam voluntariado e cultura de doação

Cultura de Doação
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Prêmio Educação para Gentileza e Generosidade – Escolas recebem diversos projetos escolares que incentivam voluntariado, cultura de doação e aproximam crianças e jovens do terceiro setor

Projetos escolares incentivam voluntariado e cultura de doação
Imagem ilustrativa/ Foto: Adobe Stock | Licenciado

Por Juliana Lima 

Gentileza, Generosidade, Sustentabilidade, Solidariedade, Diversidade, Respeito e Cidadania. Esses são os sete princípios para a Educação para Gentileza e Generosidade, criados pela plataforma que leva o mesmo nome. A ideia é aliar os valores à educação de crianças e jovens com o objetivo de criar uma sociedade mais justa e igualitária. E para reconhecer as escolas que atuam nesse sentido, foi criado o Prêmio Educação para Gentileza e Generosidade – Escolas. 

Na edição de 2021, a plataforma de inscrições para o Prêmio recebeu cerca de 3.205 os, um aumento de 50% em comparação ao ano anterior. Para Marina Pechlivanis, idealizadora da iniciativa, também houve um aumento na qualidade e diversidade nos temas dos projetos escolares inscritos. Entre os mais recorrentes estavam o voluntariado e a cultura de doação. 

Voluntariado nas escolas

No Colégio Magister, em São Paulo, por exemplo, o projeto “Brincando e Aprendendo no Ambiente Digital” incentivou alunos do ensino médio a interagir de forma voluntária com crianças em vulnerabilidade assistida pela Associação ProBrasil no Centro para Crianças e Adolescentes Nelson Mandela, em Parelheiros. Com isso, conquistou o segundo lugar no Prêmio. 

Tudo aconteceu dentro da matéria eletiva “Empreendedorismo Social”, que faz parte do Novo Ensino Médio. Com a ajuda do professor, os 25 alunos criaram um jogo educativo em uma plataforma digital e o aplicaram com cerca de 114 crianças na Associação. Depois, uma funcionária da escola capacitou a equipe do Centro para que pudessem aplicar o jogo com a comunidade local. 

O coordenador de eventos do colégio, Carlos Enrique Ruiz Garcia, conta que a escola já era parceira da Associação e fazia visitas mensais às crianças assistidas, mas o projeto nasceu durante a pandemia porque alunos e professores sentiram que “não podiam se limitar a doações de alimentos”, por mais importante que isso fosse. 

Segundo ele, a transformação social do projeto é mútua: as crianças do Centro se divertem e sentem que são importantes ao interagir com os adolescentes, e os jovens am a enxergar seu papel social diante das desigualdades do país. “Esse olhar social do voluntariado com certeza muda a percepção de mundo dos jovens. Independentemente da profissão que vão seguir, eles terão mais responsabilidade com os outros”, diz Carlos Enrique. 

Cultura de doação nas escolas

O terceiro lugar do Prêmio foi para a escola Classe 40, que fica na cidade Sol Nascente/Pôr do Sol, na região de Ceilândia (DF). Inserida em uma das maiores favelas do Distrito Federal, a escola pública já realizava campanhas de doações com frequência. No entanto, na pandemia, nasceu o projeto “Segurança Alimentar Sol Nascente”, que foi fundamental para garantir a alimentação das crianças e suas famílias e, assim, evitar a evasão escolar. 

A iniciativa surgiu com a doação de tablets e chips para o à internet feita pela Associação e Sindicato dos Diplomatas Brasileiros, quando o ensino remoto foi implementado na escola. Depois, as doações foram expandidas para cestas básicas, que alimentaram cerca de 84 famílias durante o ano de 2020. Com o sucesso, outras quatro escolas da região também aram a participar do projeto. 

Segundo a diretora Marinalva Rosa, esse olhar interno e a solidariedade de toda a comunidade foi fundamental para que os alunos continuassem na escola durante a pandemia. Ela diz ainda que inscreveu o projeto sem grandes expectativas, mas que o terceiro lugar foi importante porque aumentou ainda mais a autoestima de toda a escola. Outras escolas da região, como a Classe 34, também de Ceilândia, e a Escola Salesiana Brasília, também desenvolveram projetos escolares semelhantes. 

Solidariedade dentro e fora das escolas

Outro projeto que participou do Prêmio Educação para Gentileza e Generosidade 2021 com o olhar voltado para dentro foi o “Novo de novo” da escola municipal Abelardo de Lamare, de Petrópolis (RJ). A iniciativa convidou os alunos a doarem seus uniformes que não lhe serviam mais, fosse pelo tamanho ou qualquer outro motivo, para outras crianças da escola.  O projeto deu tão certo, que foi expandido para a doação de material escolar. A ideia era gerar uma solidariedade entre os alunos e fazer com que ninguém ficasse de fora dos estudos por falta de condições materiais. 

O Prêmio também recebeu inscrições de projetos escolares focados em ações na sociedade e na aproximação com organizações do terceiro setor. A escola estadual de ensino médio 20 de Setembro, que fica na cidade de Caiçara (RS), por exemplo, incentivou os alunos a doarem sangue com o projeto “Tchê, que gurizada valente”. E a escola municipal Professora Léa Edy Alonso Saliba, de Sorocaba (SP), incentivou os alunos a doarem brinquedos no Dia das Crianças para as crianças em vulnerabilidade assistidas pela Associação Bethel Casas Lares da cidade. 

Já a Escola de Educação Especial Primavera, localizada em Curitiba (PR), promoveu o projeto “Eu no Mundo Solidário” com alunos da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), em que incentivou diversas ações voluntárias e de doações como arrecadação de alimentos para montagem de cestas básicas, doações de notas fiscais para a organização sem fins lucrativos mantenedora da escola e trabalho voluntário nos eventos da organização. 

O Prêmio Educação para Gentileza e Generosidade – Escolas tem o apoio do Instituo Mol e do Movimento Bem Maior, e o lançamento da edição 2022 será anunciado no segundo semestre deste ano.


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