Professoras criam jogo de cartas sobre ODS e preservação dos biomas

Direitos Humanos
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O Meta 2030, é um jogo de cartas cooperativo e educativo. Nele, os jogadores devem trabalhar em equipe visando a preservação dos biomas e cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030

Divulgação/meta2030.ufsc.br

A professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Selene de Souza Siqueira Soares, idealizou um jogo de cartas para conscientizar sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). No Meta 2030, os jogadores devem colaborar para cumprir os objetivos da Agenda 2030, da ONU. Em 2025, o projeto pretende alcançar diretamente mais de 5 mil pessoas.

Selene de Souza Siqueira Soares é economista de formação e professora no Departamento de Engenharia Têxtil da UFSC – Blumenau, sendo responsável por idealizar o Meta 2030. Em entrevista ao Observatório do Terceiro Setor, Selene disse que a proposta de criar um jogo analógico que contemplasse os ODSs surgiu de um alinhamento com outras professoras.

A iniciativa foi submetida e aprovada no edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que contemplou projetos de popularização da ciência durante a 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), ocorrida em outubro deste ano. “O edital da SNCT, que falava de biomas e de preservação ambiental, serviu para nós como inspiração também para trazer o tema das ODS em estratégias de ensino”, afirmou Selene

Segundo a idealizadora, está cada vez mais importante buscar novas estratégias inovadoras de ensino-aprendizagem. A partir da criação do Meta 2030, a ideia é gerar interesse e prender a atenção dos jovens sobre a temática dos ODS e a preservação dos Biomas do Brasil. 

Além disso, ela destacou outros benefícios que um jogo analógico pode ocasionar. “Os jovens da internet desconectam o celular, causando uma série de efeitos positivos, de integração, de cooperação, de alívio de estresse”. 

A mecânica do Meta 2030, ou seja, o seu conjunto de regras, ações e objetivos, foi inspirada no Hanabi, um jogo de cartas cooperativo no qual os participantes devem colocar cartas em uma ordem correta para apresentar um espetáculo de fogos de artifício. Selene contou que a mecânica do Hanabi se aplicava muito bem ao projeto Meta 2030, sobretudo, pelo fato de ser um jogo cooperativo e não competitivo. 

Para a professora, essa mecânica se mostrou adequada para um jogo sobre ODS e preservação dos biomas, mostrando que a atuação pelo desenvolvimento sustentável só é possível por meio da cooperação e do trabalho conjunto.

“Os jogos cooperativos, ao invés de competitivos, trazem um pouco dessa lógica participativa de atuar junto, de não querer ganhar do outro, mas querer ganhar com o outro”, afirmou, destacando também que o Meta 2030 não tem apenas o objetivo de mostrar aos alunos dos 17 ODSs, mas sim discutir quais ações podem levar a conclusão desses objetivos.

Pensando em ampliar o alcance do projeto, Selene afirmou que disponibiliza as artes do baralho do jogo para que professores possam utilizá-las como material pedagógico. Com essa ação, o Meta 2030 pode alcançar lugares que as organizadoras do projeto não conseguiriam atingir, fisicamente.

A educadora divulgou o site (meta2030.ufs.br) , onde é possível encontrar mais informações sobre o projeto. “Nesse site tem um formulário onde os interessados no jogo podem se inscrever. Nós estamos agendando oficinas formativas para o jogo Meta 2030, para as pessoas virem jogar o jogo, aprender e então levar uma unidade para as suas escolas, para seus ambientes e divulgar esse jogo como um instrumento”.

Fora o financiamento do CNPq, o Meta 2030 conta com apoio da Universidade Federal de Santa Catarina e da Rede All4Food, projeto em que Selene é vice-coordenadora. O jogo foi elaborado junto às professoras Graziela Piccoli Richett e Louise Reips e Ana Júlia Dal Forno.


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