Petrópolis tem mais de 100 mortes e presidente visita premiê xenofóbico

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Enquanto Petrópolis enfrenta tragédia por causa da forte chuva da última terça-feira (15), com mais de uma centena de mortes confirmadas, o presidente Bolsonaro segue com roteiro de viagem. Nesta quinta-feira, ele se encontrou com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, conhecido por políticas xenofóbicas e homofóbicas

Imagens: Tragédia Petrópolis/ Foto: Agência Brasil | Jair Bolsonaro e o o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban/ Foto: Reprodução redes sociais

O número de mortos em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, após a tempestade da última terça-feira (15/02) já chegou a 110.

Em apenas seis horas, choveu 260 milímetros. O acumulado foi maior do que todo o esperado para o mês de fevereiro e foi a maior tempestade da história da cidade.

Até o momento, 134 registros de desaparecimento foram feitos. Cerca de 500 bombeiros trabalham nas buscas aos desaparecidos.

Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, 24 pessoas foram resgatadas com vida e 705 pessoas foram encaminhadas para os 33 pontos de apoio montados na cidade em escolas da rede pública municipal.

Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro não cancelou nenhum roteiro da sua viagem, e se encontrou nesta quinta-feira (17/02) com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban. Em uma declaração à imprensa, Bolsonaro chamou Orbán de irmão e destacou as afinidades políticas e ideológicas entre os dois.

No poder desde 2010, Orbán é conhecido por sua política xenofóbica contra os imigrantes e homofóbica contra os LGBTQIA+, por ter cassado licença de empresas de mídia e aumentado o número de juízes no Supremo Tribunal do país e nomeado os ocupantes dos novos postos.

Durante seus mandatos, conseguiu leis para aumentar sua representação legislativa. O Fidesz é considerado um partido fiel, o que facilita o governo de Orban. Ele usou isso para ar leis que seguem seu ideário de conservador de direita.

Em 2015, houve uma crise de refugiados, principalmente da Síria, que chegavam à Europa. Os governos de alguns países, como o da Alemanha, adotaram políticas para tentar acomodar esses imigrantes. Na ocasião, Orban se recusou a recebê-los e mandou erguer barreiras nas fronteiras, uma ação considerada xenófoba.

Em 2018, pouco depois de ter sido reeleito, ele tirou o financiamento dos programas de ensino superior que estudavam gêneros. Recentemente, ele restringiu o o de menores de 18 anos a livros ou outros materiais que “promovem” a homossexualidade. Ele também propôs uma lei que proíbe a alteração de gêneros em documentos oficiais. Essas medidas foram consideradas homofóbicas por alguns dos membros do Parlamento Europeu. Nos 12 anos ados no poder, Orbán também criou um órgão de regulação da imprensa e ou a cassar concessões por causa de coberturas. Além disso, o governo aplica multas às empresas de jornalismo.

Durante as fortes chuvas que deixaram mais de 100 cidades baianas estão em situação de emergência no fim de 2021, Bolsonaro também não mudou a sua agenda e seguiu com a viagem de férias por Santa Catarina.

Fontes: CNN e g1


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