Instituto Por Direitos e Igualdade realiza roda de conversa sobre dignidade no cárcere

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A ação do Instituto Por Direitos e Igualdade faz parte da campanha 21 Dias de Ativismo contra o Racismo e acontece neste sábado, 18 de março, no Espaço Carioca, no Rio de Janeiro

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Foto: Adobe Stock

Por Ana Clara Godoi

Mais de 3,3 milhões de pessoas no Brasil têm um parente em situação de cárcere privado, de acordo com dados do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Ao todo, são 661,9 mil pessoas presas no sistema carcerário.

Um retrato da população dos presídios mostra que a maioria são jovens com menos de 25, homens negros de periferias, sem o à saneamento, transporte e que carregam a herança da escravidão na pele. Na maioria das vezes, não tiveram o à educação, saúde, cultura ou a um espaço seguro quando crianças. Em casa, a mãe se dividia entre a fome e o trabalho mal pago sem qualquer rede de apoio.

Diante desse cenário, o IDI (Instituto Por Direitos e Igualdade) realizará neste sábado (18/03), das 14h às 17h, no Espaço Carioca, localizado no Centro do Rio de Janeiro, a Roda de Debate sobre o tema Dignidade no Cárcere, e convidou um time de especialistas negros e de periferia para conversar e expor perspectivas. A ocasião também tem como objetivo ouvir familiares que possuem parentes no cárcere e fazem parte das Rodas que o IDI promove para pensar projetos e ações que garantam os direitos destas famílias.

“Dá muito orgulho ver um time destes disposto a se dedicar sobre este tema que é tão urgente na vida de milhares de famílias no Estado. Esperamos sair com propostas e linhas de ação para projetos que o IDI possa apoiar e realizar em parceria com outras organizações,”, diz Monica Xavier, mediadora do encontro, profissional de gestão e comunicação, ativista e mobilizadora do IDI, que conta com o apoio de Aline Bassi, articuladora do IDI, ativista, gestora de projetos sociais.

As prisões no Brasil têm sido um grande problema há décadas, com relatos generalizados de superlotação, violência e más condições de vida. O sistema prisional brasileiro é conhecido por seus altos índices de violência entre presos, bem como por abusos cometidos por agentes penitenciários. A superlotação é um dos principais problemas, com muitas unidades operando com o dobro ou o triplo de sua capacidade prevista. Isso levou à falta de instalações e serviços básicos, como camas, chuveiros e banheiros, bem como o limitado à assistência médica e representação legal. O debate sobre o assunto contribui para o alcance dos ODS 10 e 16, metas da Agenda 2030 da ONU que promovem a redução das desigualdades e a paz, justiça e instituições eficazes.


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