ONU não aceita explicações do governo e denuncia Brasil por abusos
O Brasil foi incluído na lista de locais que despertam o alerta internacional, por sua situação de direitos humanos. A denúncia ocorre uma semana antes da visita do presidente Jair Bolsonaro para abrir a reunião da Assembleia Geral da ONU

Recentemente, o governo Bolsonaro elaborou um informe para a Organização das Nações Unidas (ONU), sobre o desmonte dos mecanismos de monitoramento e prevenção da tortura e sobre o que o país tem feito para investigar os autores dos crimes cometidos durante a Ditadura Militar. Mas o Comitê da ONU sobre Desaparecimentos Forçados deixou claro que não ficou satisfeito com as explicações.
A ONU ainda quer esclarecimentos sobre as investigações que tenham sido realizadas no país sobre milícias. Os temas são alguns dos mais delicados envolvendo o comportamento do Palácio do Planalto. Por fazer parte dos mecanismos da ONU, o Brasil será obrigado a dar respostas.
Sob pressão e criticado pela cúpula da ONU, o Brasil foi incluído na lista de locais que despertam o alerta internacional, ao lado de cerca de 40 países considerados como “preocupantes” por sua situação de direitos humanos. A denúncia ocorre uma semana antes da visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para abrir a reunião da Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Nesta segunda-feira (13/09), em Genebra, em um discurso no qual fez um raio-x dos contextos mais críticos do mundo, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, alertou sobre a lei antiterrorismo que está sendo avaliada no Brasil e aponta que o texto ameaça ativistas de direitos humanos e entidades da sociedade civil. Ela também alertou para a situação dos povos indígenas e abusos contra o povo Yanomami.
O governo brasileiro terá a possibilidade de responder aos comentários nesta terça-feira. Mas as críticas e a referência ao Brasil na lista ampliam o constrangimento internacional do país. Em sua era democrática, o Brasil tradicionalmente ficou de fora dos países citados como “preocupantes” na avaliação global da ONU.
Fonte: UOL