ONU: igualdade de gênero nos parlamentos somente será alcançada depois de 2063

Direitos Humanos
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A última edição do relatório Progresso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: O Panorama de Gênero 2024, lançada pela ONU Mulheres e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, revela que no ritmo atual, a igualdade de gênero nos parlamentos permanece um sonho distante, possivelmente não alcançável até 2063.

Imagem: Adobe Stock

A última edição do relatório Progresso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: O Panorama de Gênero 2024, lançada pela ONU Mulheres e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, revela que foram feitos avanços em todo o mundo em relação à igualdade de gênero e ao empoderamento de mulheres e meninas.

As mulheres ocupam uma em cada quatro cadeiras parlamentares, um aumento significativo em comparação com uma década atrás. Porém, no ritmo atual, a igualdade de gênero nos parlamentos permanece um sonho distante, possivelmente não alcançável até 2063.

No Brasil, a implementação de cotas para mulheres nas eleições de 2010 (Lei 12.034) ajudou a aumentar a participação feminina. Desde então, as mulheres são obrigadas a ocupar pelo menos 30% das candidaturas em cada partido.

Nas eleições gerais de 2018, o número de mulheres eleitas para a Câmara dos Deputados subiu para 15, conforme dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Isso representou cerca de 15% do total de cadeiras.  Já nas nas eleições de 2022, esse número subiu novamente, e atualmente há 18 mulheres na Câmara dos Deputados, totalizando aproximadamente 17%.

ODS 5

Os dados apresentados no relatório mostram que nenhum dos indicadores e subindicadores do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (o ODS para a igualdade de gênero) está sendo alcançado. Ainda levará impressionantes 137 anos para tirar todas as mulheres e meninas da pobreza. E cerca de 1 em cada 4 meninas continua se casando ainda na infância.

“O relatório de hoje revela uma verdade inegável: o progresso é possível, mas não rápido o suficiente”, disse Sima Bahous, Diretora Executiva da ONU Mulheres.

“Precisamos continuar avançando em direção à igualdade de gênero para cumprir o compromisso assumido pelos líderes mundiais na Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher realizada em Pequim há quase 30 anos e na Agenda 2030. Vamos nos unir para continuar derrubando as barreiras enfrentadas por mulheres e meninas e forjar um futuro em que a igualdade de gênero não seja apenas uma aspiração, mas uma realidade,” finaliza Bahous.

O relatório destaca o custo impressionante da desigualdade de gênero. Por exemplo, o custo anual global dos países que não educam adequadamente suas populações jovens ultraa 10 trilhões de dólares. Países de baixa e média renda podem perder outros 500 bilhões de dólares nos próximos cinco anos por não diminuírem as discrepâncias digitais de gênero.

“Os custos da inércia em relação à igualdade de gênero são imensos, e os benefícios de alcançá-la são grandes demais para serem ignorados. Só conseguiremos alcançar a Agenda 2030 com a participação plena e igualitária de mulheres e meninas em todas as partes da sociedade”, afirmou Li Junhua, Subsecretário-Geral das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais.

O relatório inclui um conjunto de recomendações para eliminar a desigualdade de gênero em todos os 17 Objetivos. Clique aqui para ter o ao relatório.

Fonte: ONU Mulheres


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