ONGs adotam modelo de franquia social para ampliar impacto

Impacto das ONGs
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O modelo de franquia pode gerar mais credibilidade aos projetos sociais e ampliar o impacto das ONGs, afirma Marcelo Cherto, especialista em franchising para empresas e entidades sem fins lucrativos

Imagem: Canva

Organizações sociais estão adotando o franchising para potencializar o impacto de suas ações. Denominado “franquia social” ou “redes de ONGs aceleradas”, esse modelo oferece uma estrutura padronizada para replicar as práticas sociais bem-sucedidas. A ONG Gerando Falcões é uma das organizações que adotam esse formato, expandindo seus programas sociais para mais de 6 mil comunidades em todo o Brasil.

A adoção do franchising por parte da Gerando Falcões contou com apoio da Cherto Consultoria, consultoria especializada em franchising que auxilia empresas e entidades sem fins lucrativos a ocuparem o mercado por meio de unidades físicas. Em nota à imprensa, Marcelo Cherto, da Cherto Consultoria, aponta o modelo de franquia social como uma forma de expandir o ecossistema de ONGs de maneira eficiente.

Comum no setor empresarial, o conceito de franchising foi adaptado para organizações da sociedade civil para documentar e ampliar práticas geradoras de resultados sociais consistentes. Esse processo acontece por meio da elaboração de um “manual de operação social”, o qual pode ser reproduzido por entidades parceiras, aumentando o alcance das ações e, ao mesmo tempo, preservando a qualidade e os valores da “organização mãe”.

Apesar do exemplo da Gerando Falcões representar um projeto de grande escala, Cherto afirma que a prática pode ser adaptada por projetos menores que desejam seguir o mesmo caminho. Ele considera as operações de franchising capazes de gerar mais credibilidade aos projetos sociais, uma vez que a adoção de um modelo padronizado e geograficamente expansivo tende a fortalecer a imagem da organização.

A Cherto Consultoria elencou uma série de os práticos para pequenas ONGs que desejam aplicar o modelo de franquia social. A partir disso, as organizações podem multiplicar seu impacto e levar transformação para diferentes regiões. Veja os os a seguir:

  • Documente suas práticas e processos: registre o que a sua ONG já faz bem, incluindo abordagens com beneficiários, processos internos e métodos de gestão. Manuais, vídeos e materiais de apoio são essenciais para garantir a replicabilidade do sucesso;
  • Identifique seus pilares de sucesso: reconheça o que torna sua ONG bem-sucedida, como metodologias específicas ou formas de engajamento comunitário;
  • Comece com um projeto-piloto: teste seu modelo em uma nova localidade antes de expandir para várias regiões. A experiência inicial servirá para ajustes e melhorias;
  • Adapte-se ao contexto local: cada comunidade tem suas especificidades. Adapte as soluções à realidade de cada local, mas mantenha os princípios básicos da metodologia;
  • Forme e capacite parceiros locais: as “unidades sociais” precisam de líderes capacitados. Invista em treinamentos e mantenha comunicação aberta para garantir que os valores e processos da ONG sejam preservados;
  • Estabeleça governança e monitoramento: a expansão organizada exige acompanhamento contínuo. Realize auditorias, ofereça e e crie métricas de avaliação para assegurar que as práticas estão sendo seguidas e que os resultados estão sendo atingidos;
  • Aprenda com os grandes, adapte para sua realidade: organizações maiores oferecem lições valiosas, mas é essencial adaptar suas práticas à realidade de sua ONG;
  • Invista em capacitação e e contínuo: a expansão exige investimento no desenvolvimento de pessoas que possam liderar novos núcleos com paixão e competência;

Confie no modelo de replicação: o franchising social não se trata de mercantilizar a missão, mas sim de garantir que boas práticas e soluções sejam levadas a mais pessoas de forma estruturada, que garanta que os resultados esperados sejam atingidos.


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