ONG acolhe e garante direitos básicos de refugiados no Brasil
Direitos HumanosO Brasil possui destaque no cenário global por acolher refugiados; para garantir que todos tenham o aos direitos básicos, a Casa de Assis, equipamento do Sefras, oferece serviços gratuitos a esse público

Da Redação
Em 2023, o mundo bateu recorde de pessoas deslocadas à força. Ao todo, 114 milhões de pessoas atingidas por crises e conflitos precisaram buscar acolhimento em outros países, como o Brasil, que é destaque global na aceitação de refugiados.
São mais de 700 mil pessoas acolhidas no país, sendo 560 mil venezuelanos, 87 mil haitianos e pessoas de outras nacionalidades, segundo a Acnur. E diante de tantos refugiados, o papel do terceiro setor é fundamental no processo de acolhimento. Um grande exemplo é a Casa de Assis – Centro de Acolhida ao Imigrante.
Serviço do Sefras, a Casa abriga 110 refugiados e solicitantes de refúgio, oferecendo o à garantia de direitos básicos, estudo da língua portuguesa, inserção no mercado de trabalho, educação, além de alimentação e atendimento psicológico, social e jurídico.
“O Brasil se destaca globalmente na aceitação de refugiados, mas ainda sim, aqueles que chegam ao país enfrentam desafios significativos. Barreiras linguísticas, dificuldades na obtenção de documentos legais, adaptação cultural, o limitado a serviços básicos e a inserção no mercado de trabalho são alguns dos obstáculos. Preocupações com discriminação racial e xenofobia também se fazem presentes”, relata a Irmã Margareth, coordenadora da Casa de Assis.
A técnica em serviço social atua na instituição há nove anos e afirma que a jornada tem sido gratificante.
“Sinto-me realizada por intervir na realidade socioeconômica dos imigrantes. Meu propósito é ajudar as pessoas a alcançarem seus direitos, não agindo por caridade, mas sim pela garantia desses direitos”.
A causa dessa gratidão são histórias de imigrantes que, com ajuda da ONG, se adaptaram e tiveram uma trajetória de sucesso. “Lembro-me especialmente de uma família angolana, de uma mulher grávida com dois filhos, que precisou deixar o marido deficiente e seus pertences para trás devido a perseguição política. Acolhemos essa família, trabalhamos na reintegração ao longo de dois anos, ela conquistou um trabalho e pôde trazer o marido. Hoje, essa família está totalmente integrada e é um exemplo de superação”.
O trabalho da Irmã Margareth, bem como todos os serviços oferecidos pelo Sefras, está alinhado ao ODS 10 da Agenda 2030 da ONU, meta que combate as desigualdades.