“O Kung Fu mudou a minha vida”
Quando Gabriel Henrique Vieira, 17 anos, iniciou suas aulas no projeto Kung Fu na Unidade Jeriquara, da Fundação Sinhá Junqueira, não imaginava que aquela atitude poderia acrescentar tanto na sua vida. Na época, com treze anos, o adolescente praticava o esporte como se fosse uma atividade como outra qualquer. Não demorou muito para que ele mudasse seu ponto de vista sobre essa modalidade da arte marcial. “Com o tempo a atividade se tornou algo importante para mim. A minha vida tomou um propósito diferente. Consigo dar mais sentido a tudo. O Kung Fu mudou meu jeito de ser e agir. Mudou minha vida para melhor.”
Segundo Gabriel, a principal transformação que aconteceu na sua vida desde que pratica o Kung Fu foi o aumento da responsabilidade. Neste esporte, conforme muda o nível de graduação, cresce a responsabilidade dos alunos. É preciso, acrescenta, ter cuidado no seu comportamento frente, principalmente, aos alunos iniciantes. “Tenho que servir de exemplo para o próximo. A minha conduta influencia uma criança que acabou de entrar. Sou um espelho para ela. Ela reflete tudo que faço e toma para ela as atitudes. O melhor é isso, ser exemplo para as pessoas e notar que a minha atitude pode mudar a vida de alguém.”
Gabriel foi um dos atletas do V Campeonato Regional de Kung Fu da Fundação Sinhá Junqueira, realizado em abril no município de Aramina. O evento reuniu assistidos das três unidades dos Centros de Promoção Social (Aramina, Jeriquara e Guará), somando cerca de 400 atletas entre 5 e 72 anos, meninos e meninas, homens e mulheres.
Gabriel ficou em primeiro lugar em sua modalidade. Porém, mais do que a vitória, o que mais chamou sua atenção foi a seriedade que a Fundação imprime à preparação das crianças. “O que eu mais gosto do campeonato da Sinhá Junqueira é que eles preparam as crianças, isso é o mais importante. Às vezes percebo que elas ficam nervosas porque vão competir. Essa ajuda é muito importante.”
Também aluno da Unidade Jeriquara, Rodrigo Coimbra Gonçalves, 21 anos, está no projeto há quase três e satisfeito com os resultados. “Aprendi a ter um pouco mais de paciência. Minha personalidade melhorou bastante, ganhei mais concentração”, conta.
O professor Diego Vinicius Zanoto Pereira Lima explica que o kung fu trabalha a paciência, as atividades em equipe e vários outros valores. Por ser uma tradição chinesa, é uma cultura mais rígida. “Através da rigidez e o respeito que amos para os alunos, através de simples atos de organização, por exemplo, eles acabam levando isso para fora, começam a praticar em casa o que aprendem.”
Ele ressalta outro aspecto importante do esporte: ele ajuda o atleta a exercitar a arte da persistência. “Com o tempo isso acaba se tornando um hábito. O ato de persistir não se reduz apenas ao movimento que a atividade exige, também prepara os alunos para a vida.” “Eles acabam vendo de maneira simples determinadas situações que outras pessoas veem com extrema dificuldade.”
Sobre a competição promovida pela Sinhá Junqueira, Lima ressalta que um de seus principais propósitos é reunir as modalidades do kung fu para trocar informações e conhecimento entre os próprios alunos. Vários deles, enfatiza, não têm essa oportunidade, principalmente por causa da timidez. “Nosso objetivo é mostrar isso para eles, que há várias pessoas que também praticam, que também têm conhecimentos para compartilhar e que eles podem interagir”. O evento, acrescentou, possibilitou uma convivência mais direta com os alunos, conhecer estilos particulares. “Com isso, também pudemos observar que alguns alunos têm grande potencial”.
O campeonato contou com a participação de oito delegações de cidades vizinhas: Bebedouro, Delta, Frutal, Igarapava, Ituiutaba, Sacramento, Uberaba e Uberlândia. As autoridades que compam a mesa e auxiliaram na entrega das medalhas foram o presidente da Câmara Municipal de Aramina, Luiz Antônio dos Santos, o assessor do Prefeito Municipal de Aramina Luiz Fernando dos Santos, Marcos Antônio Rosin, e a Conselheira Tutelar Maiara Tavares de Oliveira.
A presidente Maria Luiza Rocco ressalta que, além da integração dos grupos do Projeto Kung Fu das três unidades, buscando socializar e fortalecer os vínculos uns com os outros, e mesmo possibilitar o contato com pessoas novas, o campeonato visa também monitorar e avaliar as habilidades e conhecimentos dos assistidos, por à prova seu aprendizado durante as aulas. “Assim, todos os assistidos estão sempre atentos ao comportamento e sua técnica. A participação nesses campeonatos é muito desejada por todos e todos os atletas estão de parabéns. São todos campeões.”
Além das classificações dos três primeiros lugares, os quartos e quintos lugares receberam medalhas de participação do campeonato.
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