O crescimento da população idosa e a busca pela qualidade de vida

Por: Rafael Ferreira Alves
O crescimento da população idosa está diretamente ligado ao tema saúde e bem-estar, e para esclarecer isso, vamos a alguns números e conceitos.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde 1940, a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 31,1 anos, ou seja, até poucas décadas atrás os brasileiros não chegavam aos 50 anos de idade. Em 2017, ultraamos a marca de 30 milhões de idosos no país. Vale lembrar que em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, são consideradas “idosos” pessoas com mais de 60 anos.
Em 2019, a expectativa de vida atingia a média de idade de 76,6, dos quais 56% eram mulheres e 44% homens. Esse aumento da população idosa em relação às populações mais jovens ocorre no mundo todo, e é explicado por alguns fatores: o aumento da expectativa de vida devido as melhorias das condições de saúde (tecnologia, higiene e saneamento, entre outras), e por mais precário que isso seja em alguns países, está melhor do que algumas décadas atrás. Outro fator é a baixa taxa de fecundidade, reduzindo o número de filhos por família (mudança de cultura, métodos contraceptivos e até planejamento familiar).
Contudo, observando os aspectos socioeconômicos, o impacto desse aumento, principalmente considerando as nações com pouco ou nenhum planejamento, é brutal. Observem, por exemplo, o impacto na previdência social e na saúde pública. A conta é simples: criou-se um plano de aposentadoria onde as pessoas tinham expectativa de vida de 60 anos em média e, quando isso aumenta mais de 15 anos (76,6 anos em média, no caso do Brasil em 2017), ajustes econômicos deveriam ser feitos.
Assim também ocorre com a saúde pública. Quando não existe um programa mínimo de prevenção a saúde, temos aumento de números como os da DCNTs (Doenças Crônicas Não Transmissíveis), como cardiopatias, câncer, diabetes, AVC, entre outras. Elas são 7 entre as 10 doenças que mais matam no planeta, e atingem principalmente a população idosa. Elas foram responsáveis por mais de 74% das mortes em todo o planeta em 2019, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Inclusive, no Brasil, em que pesquisas indicam números superiores a 70%.
Basicamente, isso afeta diretamente questões econômicas que vão de sérios problemas na previdência social, devido ao tempo de contribuição baseada em expectativas de vida obsoletas, e na saúde pública, sobretudo pela ausência de qualidade de vida, inclusive na terceira idade, período em que o indivíduo mais preza pela sua independência, autossuficiência, e autonomia, e que muitas vezes lhe é tirada pelos próprios familiares, deixando esse indivíduo à margem da sociedade.
Para a OMS, as pessoas estão vivendo mais, porém com mais incapacidades. Inclusive, para apontar isso, a organização criou dois relatórios para avaliar a qualidade de vida de diferentes povos, em diversas condições (WHOQOL-BREF e WHOQOL-100). Estes relatórios abordam questões como bem-estar físico, mental, social, emocional, de segurança, relacionamentos familiares, entre outras informações. A partir destas avaliações, há possibilidade de prevenir uma série de situações, o que trará melhor qualidade de vida para estes indivíduos, e, em grande escala, amenizará ou até resolverá problemas socioeconômicos, inclusive os de saúde pública.
Entretanto, agora de um ponto de vista mais específico que é a área de Educação Física, onde tenho atuado com estudos e pesquisas de campo, uma das maneiras de tratar do corpo e da mente, mantendo-o saudável, funcional e independente, é através do Exercício Físico Planejado (EFP), que atualmente está na moda, e é indicado por médicos e profissionais da saúde em geral como geriatras, psicólogos, e nutricionistas, para tratar até quadros de depressão, tida como “a doença do século”.
Mais que isso, em época de pandemia, o EFP virou protagonista tanto na prevenção quanto no pós-tratamento contra a Covid-19, e seja qual for a modalidade (musculação, natação, corrida, treinamento funcional, dança, ginástica, entre outras tantas outras), o único profissional apto a prescrever o treinamento adequado é o Profissional de Educação Física. Apenas assim você terá sua segurança e bem-estar garantidos, principalmente se tratando da classe da terceira idade, naturalmente considerada grupo de risco, por todas essas questões já acima mencionadas.
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Rafael Ferreira Alves é bacharel em Educação Física formado pela UNIP, criador do método RFA Life – Programa Idoso Ativo e tem cursos de especialização nas áreas de treinamento funcional, treinamento funcional e hipertrofia na água, natação para recém-nascidos, atendimento especializado a indivíduos PcD (Pessoas com Deficiência) e idosos.
02/02/2022 @ 08:15
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