Vergonha histórica: Brasil massacrou mulheres e crianças paraguaias

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Durante a Guerra do Paraguai, soldados brasileiros enfrentaram no campo de batalha milhares de crianças paraguaias, com idades a partir dos 6 anos. Algumas se agarravam às pernas dos soldados brasileiros e imploravam para que não as matassem. Mas não houve piedade. Cerca de 3.500 crianças foram massacradas

Mulheres e crianças na guerra Paraguai, em 1870

Dentre as datas oficiais celebradas no Paraguai, está o 16 de agosto, que é o Dia das Crianças. A data foi escolhida pelo episódio em que 3.500 meninos, recrutados para lutar na Guerra do Paraguai, morreram na batalha de Acosta Ñu. De dezembro de 1864 a março de 1870, os exércitos da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) combateram as forças paraguaias.

Após atacar o Brasil e invadir a província do Mato Grosso, o mariscal Solano López enfrentou uma enorme sucessão de batalhas em seu próprio território. Embora inferior às forças da Tríplice Aliança, o exército paraguaio obteve muitas vitórias. Contudo, após cinco anos de conflitos ininterruptos, a guerra já estava perdida para o Paraguai.

Derrota e humilhação se tornaram a herança do aguerrido López. Mas incumbia ao ditador, que prometera “morrer lutando”, um último sacrifício aos sanguinários deuses da guerra.

Assumia a liderança das tropas brasileiras, Gastão de Orléans, o Conde D’Eu, consorte da Princesa Isabel e um dos personagens mais contraditórios da Guerra do Paraguai.

Entre muitos sucessos no front, o Conde D’Eu foi o responsável por escrever alguns dos mais vergonhosos capítulos da guerra.

Idosos, mulheres e crianças estavam sendo recrutadas pelo Paraguai, porque a artilharia de coalizão já havia dizimado os contingentes formados por soldados adultos.

Na Batalha de Acosta Ñu, López colocou adolescentes e também crianças de 6 a 8 anos, disfarçadas com barbas postiças, atrás das trincheiras. De longe, os soldados brasileiros viam soldados paraguaios adultos e atacaram brutalmente. O combate durou mais de seis horas. Mães auxiliavam no enfrentamento levando paus e pedras às crianças.

No clímax da luta, durante a tomada das trincheiras, assustadas, as crianças menores se agarravam às pernas dos soldados brasileiros e imploravam chorando para que não as matassem. Não houve piedade. Cerca de 3.500 crianças foram massacradas por 20 mil soldados profissionais.

Finda a batalha, quase anoitecendo, as mães saíam das matas para resgatar os cadáveres de seus filhos e socorrer as crianças feridas. O Conde D’Eu ordenou, então, que fossem incendiadas todas as casas. A determinação era matar “até mesmo o feto no ventre da mãe”.

O massacre promovido pelos soldados brasileiros é um dos episódios mais vergonhosos da história do Brasil.

Fonte: Aventuras na História