Traficantes fingem ser voluntários para capturar refugiadas ucranianas

Compartilhar

Criminosos fingem ser voluntários para capturar mulheres e crianças refugiadas da Ucrânia e lucrar com tráfico humano. Ativistas e defensores dos direitos humanos fazem o alerta: ao buscar ajuda, procure sempre organizações sérias

Traficantes fingem ser voluntários para capturar refugiadas ucranianas
Foto: pvproductions via Freepik

Por Juliana Lima

De acordo com a ONU, desde o início da guerra na Ucrânia, mais de 10 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas, sendo que mais de 3,5 milhões tiveram que buscar refúgio em outros países. São principalmente mulheres e crianças, já que os homens de até 60 anos de idade foram obrigados pelo governo ucraniano a ficar no país e lutar. Em meio à tragédia, redes de criminosos fingem ser voluntários para capturar refugiadas ucranianas e lucrar com o tráfico humano.

Em uma postagem no Twitter, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez o alerta: “Para predadores e traficantes de seres humanos, a guerra na Ucrânia não é uma tragédia. É uma oportunidade – e mulheres e crianças são os alvos”.

Vale lembrar que existem diversas organizações da sociedade civil realizando um trabalho fundamental para ajudar os refugiados da Ucrânia, como a própria Agência da ONU para Refugiados, a ACNUR, e a organização Visão Mundial.

Margherita Husmanov, uma refugiada ucraniana de Kiev, de pouco mais de 20 anos de idade, conta que decidiu ficar na fronteira com a Polônia justamente para ajudar outras refugiadas. “Qualquer pessoa pode aparecer nesta estação. No primeiro dia que eu me ofereci como voluntária, eu vi três homens da Itália. Eles estavam procurando mulheres lindas para vender no tráfico sexual. Eu chamei a polícia, e eu estava certa. Não era paranoia. É terrível”, diz.

Redes de tráfico humano são comuns na Ucrânia e em países vizinhos mesmo em tempos de paz. Para Karolina Wierzbinska, coordenadora da Homo Faber, uma organização de direitos humanos baseada na cidade de Lublin, na Polônia, as crianças e os adolescentes são uma grande preocupação, já que muitos estão viajando sem acompanhantes.

Margherita Husmanov diz que, principalmente nas primeiras semanas da guerra, era comum pessoas estranhas oferecerem ajudas nas estações da Polônia. Agora, segundo ela, os oficiais estão mais organizados, com policiais patrulhando a região, mas continua sendo fácil para que pessoas mal intencionadas burlem o sistema e se em por voluntários, com coletes de ajuda falsos.

Irena Dawid-Olczyk, executiva-chefe da organização não-governamental La Strada, contra tráfico de pessoas, salienta que ajudas oferecidas pela internet também podem ser perigosas e que é preciso cuidado. “Não se esqueça, não são apenas homens que são cafetões, traficantes e agressores”, completa.

*

Aviso: Ao buscar ajuda, procure organizações com um histórico de trabalho sério.

Fonte: G1

Compartilhar