Torturado pela Ditadura Militar no Brasil quando bebê, ele se suicidou
Carlos Alexandre Azevedo era filho do jornalista Dermi Azevedo e foi torturado por agentes da Ditadura Militar quando tinha apenas um ano e oito meses de vida. Ele nunca se recuperou do trauma e se suicidou em 2013, aos 37 anos

O filho do jornalista e cientista político Dermi Azevedo morreu em 2013. Carlos Alexandre Azevedo, de 37 anos, foi torturado durante a Ditadura Militar no país quando tinha apenas um ano e oito meses de idade, ao ser preso com a mãe em 1974, no prédio do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), na capital paulista.
O pai, que também foi preso pela ditadura, postou uma mensagem em seu perfil do Facebook na época da morte de Carlos: “Meu coração sangra de dor. O meu filho mais velho, Carlos Alexandre Azevedo, suicidou-se na madrugada de hoje, com uma overdose de medicamentos”.
O jornalista afirma que seu filho mais velho foi preso no mesmo local em que ele já estava e que machucou a cabeça. “Nunca mais se recuperou. Como acontece com os crimes da ditadura de 1964/1985, o crime ficou impune. O suicídio é o limite de sua angústia”, escreveu.
O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) divulgou uma nota também na época, de solidariedade à família. “Hoje a ditadura militar concluiu a morte de Carlos iniciada em tão tenra idade, este acontecimento entristece a todos nós, profundamente e fortalece nosso empenho na luta por Memória, Verdade e Justiça, de forma que a impunidade não continue se perpetuando”, dizia a nota.
A Ditadura Militar no Brasil teve início com o golpe militar que derrubou o governo de João Goulart, o então presidente democraticamente eleito no país, e durou entre os anos de 1964 e 1985.
Entre os crimes bárbaros cometidos neste período estava o sequestro de crianças. Algumas, inclusive, foram fichadas como elementos subversivos. Essas crianças eram filhas de pessoas presas pela Ditadura Militar.
Muitas pessoas presas no período nunca mais foram localizadas e parte delas foi morta pelos militares, que chegavam até mesmo a criar cenas para dizer que as mortes eram por suicídio, como ocorreu no caso do jornalista Vladimir Herzog.
Fonte: g1
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