Simpósio sobre doenças respiratórias: Brasil está atrás quando o assunto é saúde
O Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil (PENSI), juntamente com o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP) realizaram o “Simpósio Doenças Respiratórias e Meio Ambiente”. O evento aconteceu de forma presencial e foi transmitido via Youtube

Por Iara de Andrade
O Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil (PENSI), juntamente com o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP) realizaram o “Simpósio Doenças Respiratórias e Meio Ambiente”. O evento aconteceu de forma presencial e foi transmitido via Youtube.
Fatores como território e condições de habitação e socioeconômicas foram sistematicamente citadas como os maiores complicadores para a saúde das crianças. A começar pela localização geográfica em São Paulo, por exemplo, que pode, entre outros fatores, indicar áreas mais dispostas à poluição do ar, mas também as diferenças de o ao sistema de saúde e o capital social da região em questão.
Nos locais com grande quantidade de ocupações irregulares e carência de serviços públicos essenciais, os imóveis costumam ser muito próximos, com pouca ventilação, grande incidência de umidade e com quantidade excessiva de habitantes em um quarto (mais de três pessoas). Além disso, necessitam de maior articulação da saúde com outros setores públicos como, habitação, infraestrutura, assistência social e educação.
Os níveis de poluição do ar atingidos nos últimos meses, a partir das queimadas na Amazônia e no Centro-Oeste do país, são equivalentes ou piores dos apresentados na China e na Índia, os mais poluidores do mundo. E as partículas ultrafinas provenientes dessas queimas atravessam as barreiras do sistema corporal das crianças, causando prejuízos no desenvolvimento cognitivo e cerebral, importante fator para a baixa no rendimento escolar.
José Luiz Egydio Setúbal, presidente da Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES) e membro da Academia Brasileira de Pediatria, foi moderador do evento e, em entrevista ao Observatório do Terceiro Setor, falou sobre o problema:
“As queimadas acabam gerando, principalmente no público infantil, doenças respiratórias responsáveis por boa parte das internações e dos acometimentos de doenças. Então, discutir esses assuntos, sobretudo em um espaço como o Instituto de Estudos Avançados da USP que é multidisciplinar, com profissionais além da área médica, é super importante. É uma maneira muito mais rica de discutir os problemas”.
Os diálogos também apontaram o crescimento da industrialização e a atividade humana voltada para uma maior necessidade de produção de energia e grande produção nos gases de efeito estufa, o que, por sua vez, causam alterações nos ecossistemas, possibilitando a causa e/ou a disseminação de doenças como a Covid-19, possivelmente ligada a casos de asma na população infantil.