Saúde pública: dengue aumenta 182% em relação a 2021
Takeda e UNICEF se unem em projeto pela prevenção de dengue, zika e chikungunya na Amazônia Legal e no Semiárido brasileiro

Por Julia Bonin
A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que 10% das doenças registradas mundialmente poderiam ser evitadas com investimentos para a ampliação do o à água, medidas de higiene e saneamento básico. Pensando nisso, a Takeda e a UNICEF se uniram em um projeto para promover a prevenção de dengue e outras arboviroses. O foco das ações será na Amazônia Legal e no Semiárido brasileiro, duas regiões vulneráveis em relação às doenças.
Uma análise do UNICEF realizada a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 constatou que, no Brasil, 14,3% das crianças e dos adolescentes não têm o direito à água garantido. A ingestão e o contato com água contaminada são um importante fator de transmissão de doenças, especialmente as transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Dentre essas, a dengue é a que tem casos mais expressivos, sendo um problema de saúde pública no Brasil. Até novembro de 2022, ocorreram mais de 1.3 milhão de casos prováveis de dengue no Brasil. O número representa um aumento de 182% em relação ao ano anterior. A prevenção se dá, principalmente, pelo combate ao vetor.
Com o objetivo de mobilizar gestores e profissionais das áreas de saúde e educação, a comunidade escolar e adolescentes de municípios da Amazônia Legal e do Semiárido brasileiro, a biofarmacêutica Takeda uniu-se à UNICEF para um projeto realizado entre novembro de 2022 e outubro de 2023.
Serão elaborados manuais para professores sobre mudanças climáticas e meio ambiente, pesquisas com famílias em situação de vulnerabilidade para avaliar práticas que interferem no saneamento e elaborar comportamentos que ajudem a prevenir a disseminação de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, entre outras ações.
“Graças à parceria, meninas e meninos terão mais o a água e higiene nas escolas e vão aprender sobre prevenção de doenças e cuidados com a saúde, beneficiando também suas famílias e territórios”, afirma Juan Ignacio Calvo, chefe de Parcerias e Arrecadação de Recursos do UNICEF no Brasil.
O Selo UNICEF é uma estratégia de fortalecimento da gestão pública municipal, que se propõe a capacitar e sensibilizar gestores públicos, técnicos e atores da sociedade civil, para que tenham ferramentas eficientes de diagnóstico, planejamento, elaboração, implementação e acompanhamento de suas políticas públicas. Na edição 2021-2024 do Selo, a UNICEF contabiliza 1.347 municípios que fazem parte do Semiárido Brasileiro e 676 estão localizados na Amazônia Legal Brasileira. O esforço dos municípios participantes gera pontuações e é monitorado por meio de indicadores sociais. Ao final do processo, aqueles que conseguirem melhoria nos indicadores sociais serão certificados com o Selo UNICEF 2021-2024.