Refugiados: 100 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar neste ano
No Brasil, há 63 milhões de pessoas reconhecidas como refugiadas, segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados; conflitos e violações aos direitos humanos motivam deslocamentos

O ano de 2022 foi marcado pelo recorde de 100 milhões de pessoas forçadas a se deslocar no mundo, segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR). Episódios de xenofobia foram registrados no Brasil e emergências climáticas fizeram com que mais pessoas fossem obrigadas a se deslocar. Ao mesmo tempo, refugiados foram incluídos nos desfiles de Carnaval do Rio de Janeiro e no Dia Mundial do Refugiado. Além de novas crises, parte do motivo para o recorde é a não-resolução de crises antigas.
Nas últimas décadas, os deslocamentos forçados atingiram níveis sem precedência. Levantamentos da ACNUR revelam que mais de 67 milhões de pessoas no mundo deixaram seus locais de origem por causa de conflitos e graves violações de direitos humanos. Entre elas, aproximadamente 22 milhões cruzaram uma fronteira internacional em busca de proteção e foram reconhecidas como refugiadas.
No Brasil, foram mais de 63 milhões de pessoas reconhecidas como refugiadas, sendo que a maioria são oriundas da Venezuela, Síria e Senegal. Os deslocamentos foram motivados, principalmente, por guerras, conflitos, perseguições e violações aos direitos humanos. No entanto, ao chegarem ao país, alguns deles sofrem casos de xenofobia, como Moïse Kabagambe, refugiado congolês que foi brutalmente assassinado em seu ambiente de trabalho no Rio de Janeiro no início deste ano.
Ao mesmo tempo, houveram também momentos de visibilidade e acolhimento. Em abril, vinte pessoas refugiadas de diferentes nacionalidades – Angola, Marrocos, República Democrática do Congo, Síria e Venezuela – desfilaram na Sapucaí, em uma das principais escolas de samba do carnaval carioca. A ação foi resultado de uma parceria da ACNUR com a Salgueiro, que convidou os refugiados para compor o tema do ano: luta contra o racismo.
Criada em 1950, após a Segunda Guerra Mundial, a Agência da ONU para Refugiados protege e busca soluções para refugiados e populações deslocadas por guerras, conflitos e perseguições no mundo. Por meio de um trabalho humanitário, auxilia pessoas com necessidade de deslocamento a recomeçarem suas vidas em locais seguros. Atualmente, a organização presta assistência e proteção a mais de 67 milhões de homens, mulheres e crianças.