Rapper afegã que quase foi vendida usa música para contar sua história
Em suas músicas, a rapper afegã Sonita Alizadeh, hoje com 26 anos, conta suas experiências, como as vezes em que sua família tentou vendê-la. Na primeira vez, Sonita tinha apenas dez anos. Aos 16, ela precisou fugir de um casamento arranjado

Sonita Alizadeh, uma jovem de 26 anos, nascida em Herat, no Afeganistão, ficou conhecida após fazer sucesso como uma mulher rapper afegã. Sonita já teve uma vida muito difícil e dolorosa, como milhões de outras mulheres.
Em suas músicas, a jovem conta suas experiências, como as vezes em que sua família tentou vendê-la. Na primeira vez, Sonita tinha apenas dez anos, segundo o portal de notícias MultiNews.
Ainda jovem, Sonita teve que sair do Afeganistão com sua família em busca de uma vida nova no Irã, devido à invasão do país feita pelos talibãs. No novo país, ela tomou contato com o rap, que ainda não conhecia.
Ela começou ouvindo um rapper iraniano, chamado Yas, mas logo as suas referências foram expandindo, até que ela chegou em Eminem, rapper americano. Em 2014, ela já escrevia suas próprias músicas e versos, e enviou uma de suas gravações para um concurso nos Estados Unidos.
Sonita ganhou o concurso e deu o dinheiro para sua mãe, que decidiu que a jovem deveria voltar para a nação afegã, já que um homem estava interessado em comprar a jovem, que tinha 16 anos de idade, para ser sua noiva.
A venda acabou não acontecendo, porque Sonita Alizadeh encontrou Rokhsareh Ghaemmaghami, uma cineasta iraniana, que a ajudou, e acabou escrevendo uma música sobre a situação com ela.
O nome da produção foi ‘daughters for Sale’ ou Filhas a venda’, e o refrão dizia: “eu grito para compensar a vida silenciosa de tantas mulheres / eu grito para fazer o meu corpo falar das suas feridas”.
O videoclipe da música chegou a mais de um milhão de visualizações no YouTube, o que fez com que a canção ficasse famosa, e gerasse novas oportunidades para a rapper afegã.
Rokhsareh Ghaemmaghami aproveitou o momento e ofereceu a Sonita a produção de um documentário sobre a sua vida. Em seguida, a jovem ou a viver e estudar nos Estados Unidos.
Hoje, estima-se que 90% das afegãs sofram violência constante. Além disso, entre 70% e 80% delas são forçadas a se casar com quem não escolheram. E três em cada quatro são completamente analfabetas.
Fonte: Aventuras na História