Primeiro trimestre de 2022 tem recorde de desmatamento na Amazônia

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De janeiro a março deste ano, Amazônia registrou 941 km² com alertas de desmatamento. Número é 64% maior do que o registrado no mesmo período de 2021 e representa recorde histórico

Meio ambiente, queimadas e desmatamento
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Por Flávia Santos

De acordo com dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), nos três primeiros meses deste ano, a Amazônia registrou 941 km² com alertas de desmatamento, área equivalente a quase três vezes a cidade de Belo Horizonte (MG). 

O número representa um aumento de 64% em relação ao mesmo período do ano ado e faz do primeiro trimestre de 2022 o pior da série histórica.

Apenas em março, houve alertas de desmatamento em 312 km² da Amazônia. Amazonas, Mato Grosso e Pará foram os estados que mais desmataram.  

O retrocesso na gestão ambiental foi um objetivo claro nos últimos anos, e os resultados são evidentes nos alertas de desmatamento do primeiro trimestre de 2022 e nos recordes de desmatamento em anos anteriores”, pontua a porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Cristiane Mazzetti. 

Segundo análise do Greenpeace Brasil, organização ativista com foco em soluções de problemas ambientais, somente em Terras Indígenas (TIs), o desmatamento no primeiro trimestre cresceu 52% em relação ao mesmo período do ano ado. Foram 749 km² até o dia 25 de março de 2022 contra 493 km² em todo o mês de março de 2021. 

Em tese, ainda segundo a Greenpeace, o desmatamento nas TIs deveria ser de zero, mas essas áreas têm sofrido com invasões de grileiros e garimpeiros.  

“Sem respeitar o direito dos povos indígenas, não há mitigação das mudanças climáticas. Qualquer governante e político sério deveria minimamente honrar a Constituição e garantir os direitos dos povos originários, além de promover o reconhecimento de territórios indígenas, estratégia que, inclusive, se mostrou eficaz para reduzir o desmatamento. Mas o que vemos é o oposto disso com projetos que abrem esses territórios para atividades predatórias, além da paralisação da demarcação das terras indígenas”, finaliza Mazzetti.