Presos ajudam no combate a incêndio e resgate de animais no Pantanal

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Os presos ajudam voluntariamente e foram escolhidos por estarem na fase final do cumprimento da pena e por apresentarem comportamento exemplar

Incêndios avançam sobre o Pantanal. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Presos estão ajudando voluntariamente no combate ao incêndio e no resgate de animais feridos no Pantanal. Eles integram o programa da Secretaria Adjunta de istração Penitenciária do Estado de Mato Grosso, e foram escolhidos por estarem na fase final do cumprimento da pena e por apresentarem comportamento exemplar.

“Aqui falta água, alimento, muitos bichos morrendo. É uma tristeza enorme. Me alegro de estar ajudando e ao mesmo tempo me entristeço de ver o que está acontecendo, o que estou vendo com os meus próprios olhos”, diz Eliseu Santos, um dos detentos voluntários, enquanto corta e classifica frutas que vai deixar em pontos pré-determinados à disposição dos animais ameaçados pela fome e pela desidratação.

“A gente veio para ajudar em todas as tarefas. Fizemos um curso com o Corpo de Bombeiros para poder estar junto combatendo o fogo, resgatando animais, levando alimentos, água”, explicou.

Segundo dados oficiais, de janeiro até o final de agosto as chamas consumiram 18.646 km2, 12,4% do bioma do lado brasileiro.

Os presidiários bombeiam água, apagam as chamas e auxiliam os brigadistas em todas as suas tarefas. Seus os são monitorados por uma tornozeleira eletrônica e por um grupo de policiais.

“O objetivo é a reintegração à sociedade”, explica o policial penal Alex Rondon, chefe da operação.

Eliseu Santos trabalha durante o dia fora da prisão há pelo menos cinco anos. “Aqui as pessoas nos tratam como seres humanos, como gente, não nos tratam como pessoas do sistema prisional. Só o fato de você ser tratado como ser humano, a cabeça da gente já muda”, desabafa.

Este é o pior incêndio já registrado no Pantanal.

Fonte: AFP