Presidente comeu picanha de R$ 1,8 mil o quilo e povo faz fila por ossos

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Um churrasco organizado pelo presidente Jair Bolsonaro em maio, apenas 2 meses atrás, contou com peças de picanha que custam R$ 1,8 mil o quilo. Maioria dos brasileiros, no entanto, tem vivido realidade bem diferente, com fome atingindo 19 milhões de pessoas

Pessoas na fila por doação de ossos para matar a fome/ Presidente Jair Bolsonaro em churrasco com picanha a R$ 1,8 mil o quilo.

Um churrasco organizado pelo presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília, durante o fim de semana do Dia das Mães, apenas 2 meses atrás, contou com peças de picanha que custam R$ 1.799,99 o quilo.

O evento, muito criticado, mostra a desigualdade que o Brasil vive. Na imagem, cada um segura uma peça de carne em uma embalagem personalizada com o slogan da última campanha presidencial: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

A mensagem contradiz a realidade do país, onde 19 milhões de pessoas am fome. O Brasil tem visto cada vez mais cenas como a de dezenas de moradores de Cuiabá (MT) se aglomerando em frente a um açougue para receber ossos para matar a fome. O estabelecimento oferece os ossos duas vezes por semana.

A cena não só chocou o país, como o mundo, que se surpreendeu com a gravidade da fome que o Brasil enfrenta. O Brasil deixou o chamado Mapa da Fome em 2014, com o amplo alcance do programa Bolsa Família. Um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), baseado em dados de 2001 a 2017, mostrou que, no decorrer de 15 anos, o programa reduziu a pobreza em 15% e a extrema pobreza em 25%. No entanto, o país deve voltar a figurar na geopolítica da miséria no balanço referente a 2020.

O Mapa da Fome é um levantamento feito e publicado pela ONU (Organização das Nações Unidas) sobre a situação global de carência alimentar. Um país entra nesse levantamento quando a subalimentação afeta 5% ou mais de sua população. Venezuela, México, Índia, Afeganistão e praticamente todas as nações africanas apareceram no mapa referente a 2019.

Fontes: ISTOÉ e CNN Brasil