Plataforma reúne estudos sobre mercúrio e garimpos na Amazônia
Plataforma desenvolvida pelo WWF-Brasil abrange todos os países com floresta amazônica e mostra as pressões sobre os povos indígenas

Por: Mariana Lima
A plataforma georreferenciada Observatório do Mercúrio, desenvolvida pelo WWF-Brasil em parceria com outras instituições da América do Sul, reúne estudos sobre o mercúrio e dados referentes à exploração de ouro, evidenciando a grande quantidade de garimpos legais e ilegais em Terras Indígenas (TI) da Amazônia.
Abrangendo toda a região pan-amazônina, ou seja, todos os países com floresta amazônica, a plataforma mostra pressão sobre os povos indígenas na Colômbia, Guiana e Bolívia.
No Brasil, vale pontuar que, além da terra Munduruku (PA), é possível localizar atividades de mineração, por exemplo, na área dos Menkragnotí; na TI Baú, do povo Kayapó; e na TI Xikrin do Cateté.
No Maranhão, há garimpo bem no limite da TI Alto Turiaçu; no Amazonas, nas TIs Marapi, Rio Biá, Waimiri-Atroari, entre outras. A condição se repete em todos os estados brasileiros e países com floresta amazônica, como a TI Pilón Lajas, na Bolívia.
A plataforma permite a realização de uma navegação georreferenciada por meio de camadas, o que facilita a localização espacial das atividades mineradoras.
Para exemplificar, ao escolher as camadas Municípios, Mineração, Mineração ilegal, Contaminação por mercúrio em humanos e Contaminação por mercúrio em peixes, é possível visualizar as regiões onde foram feitos estudos que apontam contaminação por mercúrio e as áreas de garimpo.
O mercúrio é o metal utilizado para separar o ouro de outros sedimentos, e pode prejudicar a saúde humana.
Em três comunidades Munduruku, 6 em cada 10 indígenas apresentaram níveis de mercúrio acima dos limites máximos estabelecidos como seguros por agências de saúde internacionais.
A violência, os garimpos e a poluição são alguns dos tópicos observados pela plataforma. Para á-la, clique aqui.