Pesquisa revela as dificuldades do Terceiro Setor no pós-pandemia

Pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com a Ambev revela que 41% das organizações têm na falta de apoiadores financeiros a principal dificuldade para o pós-pandemia

Por: Mariana Lima

Uma pesquisa promovida pelo Datafolha junto com a Ambev indica que metade das organizações sem fins lucrativos brasileiras enfrentarão dificuldades para se manter no pós-pandemia.

De acordo com os dados levantados, os desafios já enfrentados pela ONGs foram acentuados com o cenário atual e traçam um futuro ainda incerto para as organizações.

Entre as principais dificuldades destacadas para o pós-pandemia no Terceiro Setor estão: a falta de apoiadores financeiros (41%), doações de materiais e equipamentos (13%) e voluntários para ajudarem a organização a se reerguer (11%).

Outro desafio foi o aumento das despesas. A necessidade de comprar produtos relacionados à prevenção da COVID-19 (20%), alimentos (14%) e investimentos em estrutura para trabalho remoto (10%) entraram na rotina das organizações, que precisaram se reinventar neste período.

Ainda assim, o interesse dos brasileiros pelo Terceiro Setor aumentou durante a pandemia. Antes, 23% das organizações relatavam problemas para conseguir doações recorrentes, mas o cenário mudou nos últimos meses.

Entre as principais doações recebidas em meio à pandemia, 45% foram de cestas básicas, 28% de produtos  relacionados à prevenção da Covid-19, 25% de produtos de higiene pessoal e 21% foram contribuições financeiras.

Em relação aos problemas, as ONGs acreditam que as dificuldades aumentaram no pós-pandemia. Os problemas ligados à questão financeira causam preocupação em 42% das organizações nas regiões Norte e Centro-Oeste, 51% no Nordeste, 36% no Sudeste e 35% no Sul.

Além disso, o aumento de pessoas atendidas no período pós-pandemia também preocupa. Entre as ONGs que acreditam que o número de pessoas irá aumentar, 54% estão no Nordeste, 37% no Sudeste, 26% no Centro-Oeste e Norte e 17% no Sul.

No total, a pesquisa realizou 311 entrevistas com organizações da sociedade civil, distribuídas nas cinco regiões do país, entre 18 e 26 de novembro deste ano. A margem de erro é de 6 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.