O país em que a violência contra a mulher é justificada pela religião
No Afeganistão, o marido, os irmãos e a sogra têm permissão para bater na mulher casada. E estima-se que 90% das mulheres sofram violência constante

Através de diferentes governos, tais como os mujahideen e os Talibã na parte final do século XX, as mulheres do Afeganistão tiveram muito pouca ou nenhuma liberdade.
O direito das mulheres começou a ser mais após Gulbuddin Hekmatyar ser integrado ao governo como primeiro-ministro afegão, em 1996. Ele exigiu que as mulheres que aparecessem na televisão fossem demitidas.
Durante a guerra civil de quatro anos violentos, muitas mulheres foram sequestradas e violentadas sexualmente. No momento em que uma das facções tornou-se vitoriosa, esta nova força de liderança ficou conhecida como o Talibã.
Como seu líder espiritual, Mullah Omar, os es do Talibã foram aldeões pobres quase inteiramente educados em escolas wahabitas no país vizinho, Paquistão.
Imediatamente após a chegada ao poder, o Talibã declarou que as mulheres eram proibidas de trabalhar fora de suas casas e elas não estavam autorizadas a sair de suas residências sem estarem acompanhadas por um membro de sua família do sexo masculino além de, quando o fizessem, deveriam estar vestidas com burca. Sob estas restrições, as mulheres foram privadas de educação formal.
Algumas mulheres eram incapazes de deixar suas casas, porque elas não podiam pagar uma burca ou elas já não tinham quaisquer parentes do sexo masculino.
As mulheres eram geralmente forçadas a ficar em casa e pintar as janelas para que ninguém pudesse ver de dentro para fora. Durante o governo de cinco anos do Talibã (de 1996 a 2001), as mulheres no Afeganistão foram essencialmente postas em prisão domiciliar.
Algumas mulheres, que já tinham posições respeitáveis, foram forçadas a vaguear pelas ruas em suas burcas, venderem tudo o que possuíam ou mendigarem para sobreviver.
A Organização das Nações Unidas se recusaram a reconhecer o governo Talibã. Os Estados Unidos impam sanções pesadas sobre o país, semelhantes às colocadas sobre a Coreia do Norte.
Vários comandantes do Talibã e da Al-Qaeda executaram uma rede de tráfico de seres humanos, raptando mulheres e vendendo-as para a prostituição forçada e escravidão no Afeganistão e no Paquistão.
Após a remoção do regime Talibã do Afeganistão, um novo governo foi formado. O governo de Hamid Karzai adotou políticas mais relaxadas em torno dos direitos das mulheres e, em Cabul, mulheres podem ser vistas dirigindo carros e se engajando em outras atividades que haviam sido proibidas para elas durante o regime anterior.
Regresso nas conquistas
Em março de 2012, o presidente Hamid Karzai aprovou um “código de conduta”, que foi emitido pelo Conselho Ulema. Algumas das regras afirmam que as mulheres não devem viajar sem um guardião masculino e não devem se misturar com homens estranhos em locais como escolas, mercados e escritórios.
Karzai afirmou que as regras estavam em conformidade com a lei islâmica e que o código de conduta foi escrito em consulta com o grupo das mulheres afegãs.
Organizações de direitos humanos e ativistas dizem que, endossando este código de conduta, Karzai está colocando em risco o progresso duramente conquistado no direito das mulheres desde que o Talibã caiu do poder, em 2001.
Em 2013, Sushmita Banerjee, uma escritora indiana expatriada no Afeganistão e também ativista, foi assassinada na província de Paktika por militantes do Talibã, por supostamente desafiar os ditames do Talibã.
As organizações de direitos humanos, incluindo a Human Rights Watch e a Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional, expressaram preocupação com os direitos das mulheres no país.
Em 2013, as Nações Unidas publicaram estatísticas mostrando um aumento de 20% na violência contra as mulheres, muitas vezes devido à violência doméstica, que é justificada pela religião, e cultura conservadora de uma sociedade patriarcal.
O marido, os irmãos e a sogra têm permissão para bater na mulher casada. Muitos crimes contra as mulheres justificam-se com base na religião.
Muitos assassinatos são cometidos pela própria família da mulher, com a participação de pai e irmãos. A maioria por motivos absurdos, como a recusa em casar com um homem escolhido pela família.
No Afeganistão, o nome das mulheres não costuma aparecer nas certidões de nascimento, de casamento ou óbito. De acordo com a tradição do país, as famílias afegãs forçam as meninas a manter suas identidades em segredo desde crianças. Geralmente, elas são conhecidas apenas como mãe, filha ou irmã do homem mais velho da família.
Em 19 de Março de 2015, Farkhunda Malikzada, uma afegã de 27 anos, foi espancada até a morte, em Cabul, por uma multidão sob uma falsa acusação de queimar um Alcorão. O seu cadáver foi por fim queimado.
Hoje, estima-se que 90% das afegãs sofram violência constante. Além disso, entre 70% e 80% delas são forçadas a se casar com quem não escolheram. E três em cada quatro são completamente analfabetas.
Fontes: Wikipédia, BBC e Jornal da Band
26/12/2020 @ 15:31
Muito triste pensar que mulheres sofram tanto sem que possamos fazer nada.
17/01/2021 @ 19:59
Esses homens não gostam de mulheres.
01/05/2021 @ 20:41
Misericórdia
16/08/2021 @ 09:35
quando eu leio esse tipo de noticia meu coração dói de aflição por essas mulheres. eu fico pensando que a gente aqui no Brasil reclama tanto mais deveriamos dar glória a Deus por estarmos aqui. Claro, muitas coisas devem melhorar aqui no Brasil principalmente essa corrupção, mas não existe nada comparado com a realidade desse pessoal do afegã.
16/08/2021 @ 17:24
[…] Os dirigentes do Talibã têm consciência de que, após quatro décadas de guerras e terrorismo, os afegãos temem, acima de tudo, a violência e o caos. O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, expressou preocupação especial com o futuro das mulheres e meninas no Afeganistão. […]
17/08/2021 @ 09:05
Que tipo de homem só pode conseguir uma mulher através de violência, sequestro e estupro, utilizando a religião como justificativa amoral? Por favor, compartilhem esse conteúdo para que todos saibam o que essas mulheres am na mão de fanáticos como o Talibã.
20/08/2021 @ 02:20
As mulheres, presente Divino em nossas vidas, ai do mundo se não fossem as mulheres. Como não amar, respeitar e irar as mulheres, Luz de nossas vidas. Que o mundo se manifeste IMEDIATAMENTE contra qualquer tipo de abuso contra as mulheres.
23/08/2021 @ 06:32
Infelizmente em pleno XXI, nós vemos coisas tão terrivéis em relação as mulheres afegã. É triste verem as mulheres serem usadas como objeto. Sem valor, em um País onde os homens usam o PODER MARCHISTA, para desvalorizar suas mulheres, filhas, irmãs.
25/08/2021 @ 00:24
Esse povo e doente,será q eles pensam q nasceram de chocadeira ? Nem os animais se comportam assim. Um povo milenar q já devia ter aprendido pelo tempo ainda nescessita aprender o significado do amor e da vida
20/09/2021 @ 14:19
[…] é justificada pela religião. Observatório do Terceiro Setor. 04/08/2020. Disponível em: </noticias/pais-violencia-contra-mulher-justificada-pela-religiao/>. o em 24 de agosto de […]
02/02/2022 @ 15:38
[…] estima-se que 90% das afegãs sofram violência constante. Além disso, entre 70% e 80% delas são forçadas a se casar com quem não escolheram. E três em […]