ONU cita condições “apocalípticas” em Gaza que afetam entrega de auxílio
Dois meses após os ataques terroristas do Hamas em Israel, que desencadearam a retaliação militar israelense em Gaza, a situação está se tornando “apocalíptica”, com a violência impossibilitando a entrega de ajuda. O alerta foi feito por 27 organizações de auxílio, incluindo agências da ONU e seus parceiros. O comunicado conjunto pede uma interrupção imediata dos combates, enfatizando que as condições em Gaza estão “entre as piores já testemunhadas”.

Dois meses após os ataques terroristas do Hamas em Israel, que desencadearam a retaliação militar israelense em Gaza, a situação está se tornando “apocalíptica”, com a violência impossibilitando a entrega de ajuda.
O alerta foi feito por 27 organizações de auxílio, incluindo agências da ONU e seus parceiros. O comunicado conjunto pede uma interrupção imediata dos combates, enfatizando que as condições em Gaza estão “entre as piores já testemunhadas”.
Na última quinta-feira (07/12), tropas israelenses teriam entrado na cidade de Khan Younis, ao sul de Gaza, onde milhares de pessoas deslocadas estavam abrigadas.
Bombardeios intensos por parte de Israel em toda a Faixa e lançamentos de mísseis por grupos armados palestinos em direção a Israel continuaram nos últimos dois dias, segundo o Escritório de Assuntos Humanitários da ONU, Ocha.
Relatos apontam que mais de 100 pessoas foram mortas na quarta-feira após o bombardeio de “múltiplos prédios residenciais” no campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza.
O representante do Programa Mundial de Alimentos (PMA) no território palestino ocupado afirma que “quase ninguém em Gaza tem comida suficiente”. Segundo Samer AbdelJaber, em algumas áreas, nove em cada dez pessoas aram um dia e uma noite inteira sem comer nada.
O porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder, que retornou recentemente de Gaza, resumiu as condições na região: “Sem água. Sem saneamento. Sem comida. Apenas bombas”.
A diretora executiva do Unicef, Catherine Russel, relatou que mais de 5,3 mil crianças palestinas foram mortas em 46 dias, ou seja, mais de 115 vidas perdidas diariamente.
O chefe da ONU , António Guterres, pediu ao Conselho de Segurança na quarta-feira, por meio do Artigo 99, raramente utilizado, para “pressionar para evitar uma catástrofe humanitária” e se unir em um apelo por um cessar-fogo humanitário completo.
Em uma carta ao Conselho, que deve se reunir em uma sessão especial nos próximos dias, ele destacou as “implicações potencialmente irreversíveis para os palestinos como um todo e para a paz e segurança na região”.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, expressou apoio à carta de Guterres, enfatizando que “o sistema de saúde de Gaza está de joelhos”, disse. “Precisamos de paz para a saúde”, afirmou.
Fonte: ONU News