O sofrimento dos escravizados no Brasil que trabalhavam em minas
O trabalho nas minas era a forma de trabalho mais penosa e pesada desempenhada pelos africanos escravizados no Brasil. Mortes prematuras eram comuns por doenças e acidentes ligados à atividade

O raro registro numa mina de ouro, nas Minas Gerais de 1888, se deu com a Lei Áurea batendo à porta, um dia antes da abolição da escravidão no país. O Brasil era um campo fértil para a fotografia, em grande parte pelo entusiasmo de Dom Pedro II, que amava a novidade, como quase todas as outras.
Patrocinados pela Coroa, fotógrafos registraram nosso país. Um dos principais foi Marc Ferrez, autor desta foto, que, aliás, seria impossível de ser feita pouco tempo antes. Ferrez usou do flash de magnésio para poder captar o escuro interior da mina de agem. Mostrando a hoje quase esquecida dor dos escravizados longe das fazendas.
Durante a primeira década do século XVIII, um grande número de pessoas migrou para a região das minas. Entre essas pessoas se encontravam homens brancos europeus, colonos, africanos escravizados e indígenas e lá eles desenvolveram vários povoados, arraiais e vilas.
Na mineração, isto é, na extração do ouro nas minas, utilizava-se o trabalho dos negros escravizados trazidos da África. As minas correspondiam ao local no qual os escravizados eram mais vigiados por seus senhores, que visavam evitar o contrabando de ouro.
Além da vigilância permanente, o trabalho escravo realizado na mineração apresentava péssimas condições. Muitos escravos não avam mais do que cinco anos nessa atividade; e rotineiramente aconteciam mortes prematuras relacionadas às condições de trabalho insalubres e aos acidentes de trabalho.
Dessa forma, os cativos trabalhavam sob o risco de morrer através de soterramento ou afogamento causado pelo rompimento das barragens de contenção das minas – esse era o acidente de trabalho mais comum nas minas e que mais vitimava os escravizados. Além disso, os cativos exerciam o trabalho sob péssimas condições de salubridade, ficavam dentro da água por muito tempo (expostos a baixas temperaturas), enquanto outros ficavam muito tempo dentro das minas, nas cavernas (onde estavam sujeitos à baixa umidade e à falta de oxigênio).
Além das péssimas condições de trabalho, os negros escravizados enfrentavam carências de alimentação e sucumbiam à proliferação de várias doenças, ocasionando um grande número de óbitos.
O trabalho escravo na região das minas não ficou somente à extração do ouro, pois os escravos realizavam diferentes funções, como atividades ligadas ao transporte, comércio (ambulante) e à construção de pontes, ruas e edifícios. O trabalho nas minas era a forma de trabalho mais penosa e pesada desempenhada pelos africanos escravizados no Brasil.
Fontes: Aventuras na História e Brasil escola/UOL
08/09/2024 @ 20:34
Quem foi em Ouro Preto MG. Pode ver o tamanho das pedras que estão nas ruas, paredes, nas igrejas etc. Imagina o sofrimento dos escravos em carregar aquelas pedras de sabão, de granizo super pesadas.