66% das mulheres com câncer de mama esperam 2 meses por tratamento do SUS

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De acordo com estudo da Fundação do Câncer, entre mulheres sem plano de saúde, 66% não conseguem começar o tratamento nos primeiros 60 dias após diagnóstico de câncer de mama, como recomendado. Quanto maior o tempo de espera, mais agressivo tende a ser o tratamento

Imagem ilustrativa/ Foto: Adobe Stock

Uma pesquisa da Fundação do Câncer mostra que 65,7% das mulheres com diagnóstico de câncer de mama, sem plano de saúde, demoram mais de 60 dias (dois meses) para iniciar o tratamento da doença, tempo limite indicado por especialistas. Entre as pacientes com convênio médico, 48% iniciam o tratamento após 60 dias.

A escolaridade dessas mulheres também revela uma desigualdade no o à saúde. Segundo o estudo, 51,4% das mulheres encaminhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) não têm o ensino fundamental completo. Já entre as pacientes de origem da rede privada de saúde, esse índice é de apenas 29,9%.

O epidemiologista Alfredo Scaff, consultor da Fundação do Câncer, explica que existem alguns exames a serem feitos após o diagnóstico da doença. Esses procedimentos têm uma grande demanda no sistema público de saúde, o que prolonga a espera.

Segundo a pesquisa, 19,8% das pacientes originadas do SUS chegam em estágios iniciais (0 e I) do câncer de mama, contra 31,9% das originárias de planos de saúde ou particulares. Segundo os especialistas, o ideal é que a maioria dos casos chegue em estágios precoces.

“O que fica claro aqui, para se fazer uma leitura mais precisa, é que o tempo entre a suspeita diagnóstica e o início do tratamento é crucial e tem relação com o agravamento da doença e, consequentemente, com o tratamento necessário. Quanto maior o tempo, mais agressivo será o tratamento; câncer é uma doença tempo-dependente”, salienta Alfredo Scaff.

Fonte: CNN Brasil