Os 4 momentos que a ação humanitária das ONGs fez a diferença em 2023
No dia 19 de agosto é comemorado o Dia Mundial da Ação Humanitária; veja os diferentes momentos de 2023 em que, em meio a crises climáticas, fome, guerras e migração, as ações de ONGs e entidades internacionais contribuíram para o cuidado e manutenção dos direitos humanos dos indivíduos e de suas comunidades

Estamos no segundo semestre de 2023, muita coisa aconteceu no Brasil e no mundo, e claro, a atuação do terceiro setor tem seu protagonismo. Para comemorar o Dia Mundial da Ação Humanitária, que ocorre no dia 19 de agosto, reunimos quatro momentos desses primeiros meses do ano em que a atuação das ONGs contribuíram para o cuidado e manutenção dos direitos humanos do indivíduo e de suas comunidades.
Desastres naturais no Brasil
De 2013 a 2022 o Brasil ou por mais de 2,2 milhões de moradias danificadas e 107.413 destruídas em todo o país por causa de eventos climáticos. No Litoral Norte de São Paulo, em fevereiro de 2023, foi registrado o maior volume de chuvas em um período de 24 horas na história do país, causando mortes e muitas pessoas desabrigadas. Diversas organizações do terceiro setor contribuíram para auxiliar as comunidades e indivíduos, como o Instituto Horas da Vida e o Movimento União BR, que levaram unidades móveis de saúde à São Sebastião, ou também o ecossistema social Gerando Falcões, que arrecadou mais de R$ 14 milhões para ajudar as vítimas da tragédia natural.
Insegurança Alimentar Infantil
O Relatório II VIGISAN – 2022 mostrou que mais da metade dos domicílios brasileiros (58,7%) convivem com algum grau de insegurança alimentar e 33 milhões de pessoas estão ando fome no Brasil. O percentual de residências com crianças abaixo de 10 anos com insegurança alimentar grave praticamente dobrou de 2020 para 2022, ando de 9,4% para 18,1 %, e quando estes lares têm três ou mais pessoas com até 18 anos este número sobe para 25,7%.
A partir desse cenário, organizações como o Observatório da Alimentação Escolar, o Instituto Fome Zero e a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, que monitoram e mobilizam a sociedade para a importância do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e outras ações políticas e sociais, realizando estudos e relatórios a respeito da fome nas famílias brasileiras.
Guerra da Ucrânia e ONGs Brasileiras
A Guerra da Ucrânia acontece há pouco mais de um ano, e, segundo dados da UNICEF e parceiros, mais de 8 milhões de refugiados da Ucrânia foram registrados em toda a Europa, a maioria deles mulheres e crianças e adolescentes. O Movimento União Br, organização que reúne voluntários de todo Brasil, realizou uma mobilização de 11 toneladas de doação de alimentos no começo de 2022, ajudando muitos civis que continuam na Ucrânia; a UNICEF conseguiu o o à água potável para mais de 5,5 milhões de pessoas que vivem em áreas onde as redes foram danificadas ou destruídas e forneceram saneamento e suprimentos de higiene para quase 1,7 milhão de pessoas, tratando e garantindo ações voltadas à saúde física e mental dos indivíduos.
Migração e refugiados
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), esta é a rota mais mortal do mundo para os migrantes. Estima-se que mais de 19,5 mil pessoas morreram tentando atravessar o Mar Mediterrâneo do norte da África para a Europa desde 2014. No começo do ano, mais de 400 imigrantes e refugiados morreram afogados no início de 2023 enquanto tentavam cruzar o mar Mediterrâneo do norte da África para a Europa; foi o maior número de mortes nos últimos seis anos registrado em um trimestre, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas; a organização Médico sem Fronteiras reportou sobre a dificuldade em realizar o trabalho de salvamento após a Itália um decreto dificultando as operações de resgate no mar mediterrâneo.
A Agência da ONU para Refugiados (Acnur), trabalha ao lado da OIM para que países europeus tenham locais para embarque e desembarque seguro de refugiados que atravessam a rota; no Brasil, a Agência e seus parceiros, como a organização Aldeias Infatis SOS e o Coletivo Frente Afegã, contribuíram para documentação, moradia, cursos de português e preparação para postos de trabalho para refugiados vindos do Afeganistão. As temáticas entorno da migração gerou debate após cem refugiados afegãos ficarem acampados no aeroporto de Guarulhos; segundo a ACNUR, entre janeiro 2022 e julho desse ano, o aeroporto já tinha recebido 3.545 afegãos. O Observatório do Terceiro Setor apoiou a mobilização nas redes sociais realizada pelo Coletivo Frente Afegã, para ajudar as pessoas que estavam dormindo no chão do aeroporto.