Mais de 7 mil pessoas com deficiência foram vítimas de violência no Brasil

Em 2019, a violência doméstica representava mais de 58% das notificações de violência contra pessoas com deficiência, sendo que essa violência atinge as mulheres na maioria dos casos

Por: Isabela Alves

Em 2019, foram registrados 7.613 casos de violência contra pessoas com deficiência no Brasil. 

Os números são referentes aos casos de pessoas com deficiência física, intelectual, visual ou auditiva e foram registrados no relatório Atlas da Violência, produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Instituto Jones dos Santos Neves.

O estudo aponta que as taxas mais elevadas de notificações de violências ocorreram contra pessoas com deficiência intelectual, sendo 36,2 notificações para cada 10 mil pessoas com deficiência intelectual. 

Deste grupo, as mulheres foram as maiores vítimas de violência. Especialistas que elaboraram o estudo apontaram que essa taxa está associada, em alguma medida, às notificações de casos de violência sexual. 

As taxas de notificações de violência contra as mulheres são mais de duas vezes superiores às de homens, exceto quando a vítima é pessoa com deficiência visual.

Em 2019, a violência doméstica representava mais de 58% das notificações de violência contra pessoas com deficiência, sendo que essa violência atinge as mulheres na maioria dos casos (61%).

Em relação à faixa etária, a maior parte das vítimas possuem de 10 a 19 anos, caindo gradativamente conforme aumenta a idade. Há mais casos notificados de violência contra mulheres (4.540) do que contra homens (2.572), exceto na faixa de até 9 anos (293 contra 332).

Já em relação aos tipos de violência, a negligência/abandono, presente em 29% dos casos, se concentra entre crianças com até 9 anos (52%) e entre idosos (73% entre pessoas com 80 anos ou mais).

Fonte: Agência Brasil