Mais de 19 milhões de pessoas vivem em estado grave de fome no Brasil

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Em todo o país, mais de 19 milhões de pessoas se encontram em estado grave de insegurança alimentar, quando não é possível fazer nenhuma refeição ao longo de um dia ou mais. Isso significa que 9% da população a fome no Brasil

Imagem ilustrativa/ Foto: Adobe Stock

Com a pandemia de Covid-19, o mundo ou por dificuldades, aumentando a fome e a pobreza. Mas, no Brasil, como mostram os números e especialistas, a situação é particularmente grave, com o aumento da pobreza e a diminuição da comida no prato sendo um fenômeno que começou bem antes da atual crise sanitária.

O Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, desenvolvido pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), divulgado em 2021, indicou que 55,2% dos lares brasileiros vivenciavam um cenário de insegurança alimentar —um aumento de 54% em relação a 2018, quando esse percentual era de 36,7%.

A ideia de segurança alimentar foi cunhada logo após a Primeira Guerra Mundial. Atualmente, classifica-se como insegurança alimentar leve quando há indisponibilidade de algum alimento básico; moderada quando a pouca disponibilidade ou variedade afeta o indivíduo do ponto de vista nutricional; e grave quando não é possível fazer nenhuma refeição durante um dia ou mais.

De acordo com o levantamento da Penssan, 19,1 milhões de pessoas estão no grupo da insegurança alimentar grave. Isso significa que 9% da população a fome no Brasil.

Um levantamento da Penssan a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) corrobora essa situação. Em 2013, 77,1% dos lares brasileiros estavam em situação de segurança alimentar — um recorde da série histórica. Em 2018, o percentual já havia caído para 63,3%— um recuo para patamar semelhante ao de 2004. E a curva segue em movimento descendente.

Dados da FGV Social mostram que em 2019 11% dos brasileiros viviam em situação de pobreza — ou seja, com pouco mais de R$ 260 por mês. Este valor considera um salário mínimo dividido por 4,6 pessoas— o tamanho médio de famílias pobres brasileiras.

Em agosto de 2020, o chamado “auge do auxílio emergencial” por conta da pandemia, essa pobreza extrema havia caído para 4,8% da população. Dados mais recentes, de novembro de 2021, indicam um aumento para níveis superiores ao pré-pandemia: 13% dos brasileiros estão nesta situação de miséria.

Fonte: Folha de São Paulo


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