Mais de 1,7 mil LGBTQIA+ foram vítimas de agressão no Brasil em 2021
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de agressões contra pessoas LGBTQIA+ registradas no ano de 2021 foi de 1.719

Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o número de agressões contra LGBTQIA+ registradas no ano de 2021 foi de 1.719, um aumento de 35,2% em relação a 2020, quando foram registradas 1.271. Já o número de estupros ou de 95 para 179.
O número pode ser ainda maior, oito estados não registram dados de lesão corporal dolosa, homicídio doloso ou estupro com esse recorte. Entre as unidades federativas que não trazem algum desses dados estão as com as maiores populações do Brasil: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, além de Acre, Maranhão, Rio Grande do Sul e Roraima.
Além do problema da falta de dados, o Anuário aponta que é possível que haja subnotificação nos casos. Eles citam como comparação um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia, que identificou 300 casos de morte violenta contra LGBTQIA+ no Brasil em 2021 — o número de homicídios informados pelos estados no ano foi de 179.
Outro levantamento, feito pelo Dossiê Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil, aponta que o número de LGBTQIA+ mortos no ano ado foi de 316. Só no estado de SP o documento indicou 42 mortes no ano.
Os números mostram a triste realidade vivida diariamente pelas pessoas LGBTQIA+ no Brasil. No fim de maio, por exemplo, uma mulher trans de 19 anos, identificada como Rany Fada, foi assassinada a pedradas no município de Belém do São Francisco, no Sertão de Pernambuco.
No mesmo mês, a travesti Bianca Machado Rodrigues foi asfixiada com um cabo de celular e esquartejada, em Aparecida de Goiânia (GO). O principal suspeito, Gilson Gonçalves Martins Júnior, era namorado de Bianca e, segundo a investigação, a matou por vergonha do relacionamento.
No começo do ano, em janeiro, outro caso de violência contra LGBTQIA+ ocorreu em Iguatu, no Ceará. O fotógrafo Idamar Lima Pereira, de 36 anos, foi esfaqueado até a morte pelo próprio irmão. Outro irmão da vítima afirmou à polícia que o suspeito tinha uma desavença com a vítima pelo fato de ela ter se afirmado homossexual.
Fonte: g1