Inovação nos recursos: a contribuição da filantropia para a ciência
Cultura de DoaçãoO Seminário Internacional ‘Ciência encontra a Filantropia’, realizado pela Universidade de São Paulo em parceria com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal, discutiu a importância do investimento privado para impulsionar a pesquisa, enfrentar desafios científicos e reduzir a dependência de recursos públicos.

Por Redação
Através da filantropia, cientistas podem explorar áreas de pesquisa de vanguarda, investir em tecnologias emergentes e enfrentar desafios científicos complexos com maior liberdade e agilidade. Além disso, o investimento social privado permite colaborações entre cientistas, instituições acadêmicas e organizações sem fins lucrativos, impulsionando descobertas revolucionárias e aplicando a ciência para resolver problemas urgentes da sociedade; porém, segundo o Censo GIFE 2023, a ciência foi uma das áreas que recebeu menor valor de investimento social privado no ano de 2022.
Com o objetivo de estimular os canais entre a comunidade científica e a filantropia no Brasil e divulgar o projeto GEMA Filantropia, no dia 16 de abril a Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES), abriu suas portas para o Seminário Internacional ‘Ciência encontra a Filantropia’.
Inaugurado em agosto de 2023, o Grupo de Estudos de Modelos de Apoio à Ciência (Gema Filantropia) possui uma abordagem interdisciplinar, investigando os pontos de interseção entre ciência e filantropia no contexto brasileiro. Este esforço resultará no desenvolvimento de projetos conectados ao tema, com o propósito de catalisar mudanças significativas no financiamento da ciência no país. O objetivo principal é fomentar a colaboração entre os setores científico-acadêmico e filantrópico, bem como incentivar uma maior participação da sociedade no apoio à ciência.
Ao comentar a importância da criação do projeto no Instituto de Estudos Avançados (IEA), o médico e filantropo José Luiz Egydio Setúbal, presidente da FJLES, destacou que “a pandemia nos mostrou o quanto a ciência brasileira é dependente de recursos públicos que podem estar à mercê de governantes descrentes da ciência para o desenvolvimento sustentável”.
A iniciativa para formular o projeto do Gema Filantropia partiu do professor Marcos Kisil, da Faculdade de Saúde Pública, que possui ampla experiência como gestor de instituições nacionais e internacionais no âmbito do investimento social privado e da filantropia. O grupo é coordenado por Guilherme Ary Plonski, diretor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) e professor da Escola Politécnica (EP) e da Faculdade de Economia, istração e Contabilidade (FEA) da USP.
“Esse grupo de estudos tem quatro objetivos: Filantropia na ciência derivada de outras ciências, filantropia para a ciência, a arte na filantropia e modelos de filantropia no Brasil”, apresentou José Luiz Egydio Setúbal.
Após a cerimônia de apresentação, Joseph R. Betancourt, presidente do Commonwealth Fund, realizou um panorama histórico-cultural do surgimento da filantropia e das fundações e foi seguido pela Dra Cristina Caldas, que expôs o trabalho do Instituto Serrapilheira que tem como objetivo promover a ciência no Brasil.
“O Instituto realiza diversos treinamentos para futuros pesquisadores de qualquer campo de conhecimento, a ‘formação em ecologia quantitativa, o programa de jornalismo e mídia e o programa de ciência, que tem como objetivo apoiar jovens cientistas brasileiros”, expôs Cristina Caldas, responsável pelas iniciativas de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira.
Cristina apresentou o Instituto e suas iniciativas e modelos e desafios de financiamento junto à Paulo Vitor Gomes Almeida, do Instituto de Estudos Avançados (IEA), onde apresentaram um panorama das iniciativas e desafios enfrentados pela filantropia científica no Brasil. Suas falas foram acompanhadas de perguntas e respostas dos presentes no Seminário.