Habitação no Brasil tem déficit quantitativo e qualitativo, diz pesquisa
Pesquisa conduzida pela Artemisia analisa desafios para democratizar e melhorar habitação no Brasil. País tem mais de 30 milhões de moradias precárias

Por: Juliana Lima
O déficit quantitativo da habitação no Brasil é de 5,9 milhões de casas, ou seja, lugares que não têm condições adequadas para seus moradores e fazem com que haja a necessidade de se construir novas casas. Já o déficit qualitativo fica em torno de 24,9 milhões, e diz respeito a casas em que há pelo menos uma inadequação que as torna não desejáveis para se morar, mas que podem ser simplesmente reformadas. Essa é a conclusão de uma pesquisa sobre o problema habitacional brasileiro conduzida pela Artemisia, uma organização de fomento a negócios de impacto social.
Na prática, isso significa que milhões de brasileiros estão morando em situações precárias, principalmente nas periferias das áreas urbanas, onde estão cerca de 85% da população do país atualmente. Segundo a pesquisa, a maioria dessas moradias precárias se encontra nas regiões Sudeste e Nordeste, e as famílias mais afetadas são as chefiadas por mulheres negras e que as possuem renda de até dois salários mínimos.
Entre as inadequações mais comuns nos centros urbanos estão a falta de o à água, ao tratamento de esgoto e ao saneamento básico, a falta de coleta de resíduos sólidos e falta de energia elétrica. Dados do Instituto Trata Brasil apontam que quase 35 milhões de pessoas não têm o ao abastecimento de água no país, e apenas 46% dos esgotos são tratados.
Segundo a pesquisa realizada pela Artemisia, os problemas da habitação no Brasil remontam à própria formação histórica das cidades no país, marcada por desigualdades sociais, segregação socioespacial, especulação imobiliária e fundiária e falta de planejamento público.
Segundo a organização, os negócios de impacto social podem trabalhar em nove frentes para atenuar os déficits de habitação: promover benefícios financeiros, atuar na regularização fundiária, possibilitar um aluguel ível, fazer reformas habitacionais e dar assistências técnicas, qualificar a gestão de condomínios de habitações sociais, promover o o e a eficiência de serviços básicos (água, esgoto, coleta de lixo e energia), melhorar os espaços públicos e promover o desenvolvimento local, ampliar as oportunidades na construção civil, e inovar nos processos e materiais de habitação.
“É urgente lançarmos um olhar sistêmico para esse contingente de seres humanos vivendo em condições inadequadas; essa situação atinge milhares de famílias brasileiras em diferentes dimensões para além da saúde, como autoestima, segurança, qualidade de vida, educação e empregabilidade. Para enfrentar problemas dessa magnitude, é preciso agir em colaboração, unir expertises de diferentes organizações e empresas que olham para os temas habitacionais”, diz Maure Pessanha, presidente do Conselho da Artemisia e uma das coordenadoras da pesquisa.
Para ter o à pesquisa completa, clique aqui.
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