Fome faz crescer número de crianças desnutridas no Brasil

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A desnutrição entre meninos negros (pretos e pardos), entretanto, foi dois pontos percentuais acima do valor observado entre meninos brancos, ampliando a diferença a partir de 2018.

A desnutrição entre meninos negros (pretos e pardos), entretanto, foi dois pontos percentuais acima do valor observado entre meninos brancos, ampliando a diferença a partir de 2018.
Imagem ilustrativa/ Foto: Adobe Stock

Com mais de 33 milhões de pessoas ando fome no país, o número de pessoas desnutridas cresceu rapidamente, principalmente crianças. De acordo com o Panorama da Obesidade de Crianças e Adolescentes, divulgado  pelo Instituto Desiderata, há um crescimento da fome nos últimos anos, levando à desnutrição em todos os grupos etários, de 0 a 19 anos de idade.

De acordo com o levantamento, o índice de desnutrição caiu de 5,2%, em 2015, para 4,8%, em 2018, a partir  desse ano a desnutrição aumentou  em todos os grupos etários acompanhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2019, essa taxa subiu para 5,6%, atingindo 5,3%, em 2021.

A desnutrição entre meninos negros (pretos e pardos), entretanto, foi dois pontos percentuais acima do valor observado entre meninos brancos, ampliando a diferença a partir de 2018. O ápice foi observado em 2019 (7,5%). Em 2020, o percentual foi 7,2% e, em 2021, 7,4%.

Já entre os meninos brancos, a curva foi inversa, com redução do percentual da desnutrição a partir de 2019, quanto atingiu 5,1%, ando para 5%, em 2020, e para 4,9%, em 2021.

“Os meninos negros estão sendo mais afetados pela fome, pela desnutrição. A gente pode atribuir isso à desigualdade racial e de renda no Brasil. A gente sabe que a população negra ocupa as camadas mais pobres da sociedade, em detrimento da população branca, que ocupa outros grupos, como a classe média e classes mais altas”, apontou o gestor de Projetos de Obesidade Infantil do Instituto Desiderata, Raphael Barreto, doutorando em saúde pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O preço alto dos alimentos e a situação crítica que o país vive fez alimentos fundamentais sumirem dos pratos dos brasileiros. O feijão é um exemplo, o grão é considerado um marcador de alimentação saudável, fundamental para a prevenção da anemia por deficiência de ferro.

Mas infelizmente não só o feijão, mas o arroz e carnes branca e vermelha também não fazem mais parte da rotina de alimentação de milhões de brasileiros.

 

Fonte: Agência Brasil