Estudo revela maior presença do terceiro setor nas redes sociais
Apesar do crescimento no uso de Internet no terceiro setor, a falta de o ainda atinge 18% das organizações sem fins lucrativos no Brasil; dados da 4ª edição da TIC Organizações Sem Fins Lucrativos mapeiam infraestrutura, uso e apropriação das tecnologias de informação e comunicação

Por Redação
O uso da Internet por organizações brasileiras do terceiro setor cresceu nos últimos seis anos, ando de 71% em 2016 para 82% em 2022. Apesar do avanço, 18% das entidades não usam a Internet em suas atividades, o que ocorre especialmente entre aquelas de menor porte e que atuam nas áreas de desenvolvimento e defesa de direitos. Os dados estão na 4ª edição da TIC Organizações Sem Fins Lucrativos, lançada nesta quinta-feira (13) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
Realizado desde 2012, o estudo tem por objetivo mapear a infraestrutura, o uso e a apropriação das tecnologias de informação e comunicação nas organizações sem fins lucrativos brasileiras. A coleta de dados desta edição foi realizada por telefone, entre os meses de fevereiro e julho de 2022. A pesquisa entrevistou 1.529 responsáveis por organizações não governamentais (ONG), associações, fundações e organizações religiosas. Os resultados do levantamento, incluindo as tabelas de proporções, totais e margens de erro, estão disponíveis no website do Cetic.br|NIC.br (Link).
Os indicadores mostram, por exemplo, um predomínio no uso do telefone celular (89%), o que impõe limites à diversificação das atividades realizadas por essas organizações. Em seguida estão: notebook (74%), computador de mesa (70%) e tablet (23%). A maioria dos dispositivos eram pessoais, e não de propriedade das organizações. Em relação ao celular, em 76% das organizações, os equipamentos pertenciam àqueles que nelas atuavam, situação inversa quando se fala em computador de mesa (em que 60% eram de propriedade das organizações, contra 32% pessoais) e notebooks (51% contra 43%).
“A adoção de dispositivos pessoais é um indicativo de que, a despeito dos avanços na conectividade, essas organizações ainda apresentam limitações quanto às capacidades internas para a adoção de tecnologias digitais”, avalia Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br|NIC.br.
Presença online e crescimento nas redes sociais
De 2016 a 2022 houve um aumento na proporção das organizações que possuem perfil ou conta própria em redes sociais, alcançando 71% em 2022 (frente a 60% em 2016). O Facebook foi o mais usado: 61% delas possuem perfil nessa plataforma. WhatsApp ou Telegram (55%), Instagram, TikTok ou Flickr (48%) e YouTube ou Vimeo (37%) também apareceram na lista. Em menores proporções, foram mencionados Twitter (10%), LinkedIn (9%) e WordPress, Blogspot ou Medium (6%). Já a presença online das organizações via website manteve-se estável, variando de 37% para 36%.
Em relação às atividades realizadas no ambiente virtual, houve crescimento no uso de ferramentas de comunicação no comparativo entre 2016 e 2022. Uso de mensagens instantâneas foi de 56% para 88%, e telefone via Internet, VoIP ou videoconferência via Internet de 24% para 78%. Esses aumentos são resultados, não só da expansão do o e do uso das tecnologias pelas organizações sem fins lucrativos nos últimos anos, mas também dos potenciais efeitos da pandemia.
Se as estratégias de comunicação no setor migraram para o ambiente digital, o mesmo não se aplica à captação de recursos, que ainda é pouco realizada através da Internet. Embora tenha ocorrido um aumento expressivo na porcentagem de organizações que receberam doações online entre 2016 e 2022 (foi de 6% para 22%), a prática ainda ocorre em parte menor das entidades.
Capacidades financeira e istrativa
As doações individuais são a principal fonte de recurso financeiro das organizações sem fins lucrativos no país, correspondendo a 63%, uma elevação de 11 pontos percentuais na comparação com os indicadores de 2016. Metade delas recebeu esporadicamente doações de pessoas físicas, 46% mensalmente, e apenas 2% semestralmente.
Sobre a capacidade istrativa das organizações, os indicadores apontam um aumento daquelas com áreas ou departamentos específicos. De acordo com a pesquisa, 80% disseram contar com área ou departamento istrativo, 68% com departamento de finanças ou contabilidade, 41% com departamento de captação de recursos, 39% com recursos humanos, 32% com comunicação institucional ou assessoria de imprensa e 31% com tecnologia da informação (TI) ou informática.e.
Para conferir a lista completa de indicadores da TIC Osfil 2022,O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre o o e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br|NIC.br é, também, um Centro Regional de Estudos sob os auspícios da UNESCO, e completa 18 anos de atuação em 2023.
A atuação das organizações do terceiro setor contribuem diretamente para o cumprimento dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.