Em São Paulo, 92% da população percebe aumento da fome e pobreza
Pesquisa revela que maioria da população de São Paulo percebeu aumento da fome e da pobreza na cidade, assim como maior número de pessoas em situação de rua

Por: Juliana Lima
Segundo uma pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o IPEC (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), a maioria dos paulistanos percebeu um aumento da fome e da pobreza na capital paulista no último ano. 92% das pessoas afirmaram notar aumento em situações de vulnerabilidade. O número que chega a 98% entre moradores da zona oeste da cidade.
Entre as razões apontadas pela população para justificar essa percepção, 45% citaram o aumento de pessoas pedindo esmolas e 39% citaram aumento de pessoas trabalhando em semáforos. Entre os moradores das zonas oeste e central, 62% responderam perceber aumento no número de pessoas pedindo esmolas nas ruas.
Outra pergunta feita aos paulistanos foi sobre a população em situação de rua. Do total de entrevistados, 88% afirmaram que houve aumento de pessoas nessa situação, percepção que também é maior entre os moradores da zona oeste e central, chegando a 96% e 94% respectivamente.
Segundo o último Censo da População em Situação de Rua de São Paulo, lançado em janeiro de 2020 a partir de dados coletados em 2019, existiam cerca de 24,3 mil pessoas em situação de rua na cidade. Em 2021, o Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo estima que sejam mais de 66 mil pessoas em situação de rua na capital.
Para a população paulistana, o aumento do desemprego e a perda de renda que atingem o país são os principais motivos para o crescimento da população em situação de rua, sendo citados por 80% dos entrevistados pela pesquisa. Outros 61% também citaram o aumento dos custos de vida e a consequente dificuldade de manter-se.
Um novo perfil entre essa população também foi levantado pela pesquisa, que revelou que dois terços da população de São Paulo percebeu aumento de famílias vivendo nas ruas e um terço notou aumento no número de crianças e adolescentes nessa condição.
Entre os principais exemplos citados de como combater tal piora na fome e pobreza na cidade estão a criação de políticas públicas municipais de garantia de emprego (63%), criação de cursos de capacitação profissional (46%) e a redução do valor das contas básicas para a população vulnerável, como água e luz (60%).
Para a Rede Nossa São Paulo, a pesquisa revela que o paulistano não acredita que apenas o acolhimento ou assistência imediata pode reverter os problemas da cidade, mostrando a importância do desenvolvimento de políticas públicas de longo prazo para combater a desigualdade e a pobreza.
Para saber mais sobre a pesquisa, e o site da Rede Nossa São Paulo.
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