Ditadura Militar no Brasil: pais mortos e crianças sequestradas
Um bebê de 1 ano e 8 meses, filho do jornalista e cientista político Dermi Azevedo, teria levado choques elétricos, segundo relatos de outros presos pela Ditadura Militar. A criança nunca se recuperou do trauma e se suicidou aos 40 anos de idade

A Ditadura Militar no Brasil teve início com o golpe militar que derrubou o governo de João Goulart, o então presidente democraticamente eleito no país, e durou entre os anos de 1964 e 1985.
Entre os crimes bárbaros cometidos neste período estava o sequestro de crianças. Algumas, inclusive, foram fichadas como elementos subversivos. Essas crianças eram filhas de pessoas que presas pela Ditadura Militar.
Muitas pessoas presas no período nunca mais foram localizadas e parte delas foi morta pelos militares, que chegavam até mesmo a criar cenas para dizer que as mortes eram por suicídio, como ocorreu no caso do jornalista Vladimir Herzog.
Não era preciso muito para ser preso pela ditadura. Estudantes no Brasil foram presos apenas porque portavam livros de filosofia ou estudavam sociologia.
No livro ‘Cativeiro Sem Fim’, do jornalista Eduardo Reina, o escritor conseguiu identificar e situar 19 casos de sequestros e apropriações de bebês, crianças e adolescentes realizados por militares. Nas narrativas da obra, o autor ainda conseguiu localizar alguns dos raptados, já em idade adulta, e auxiliou nas buscas de suas famílias biológicas.
A maioria dos sequestros infantis ocorreu com um alvo específico: a guerrilha do Araguaia. O movimento, que era de oposição ao regime, teve 11 filhos de membros da organização levados por militares entre 1972 e 1974, quando atuava na Amazônia.
A descoberta foi feita em parceria com o Instituto Vladimir Herzog, localizando a relação de casos de crianças raptadas com os organizadores da guerrilha por via de edições antigas de jornais a respeito do tema, além de diversas entrevistas e documentos que levaram aos identificados.
Traumas e tragédia
Um desses bebês sequestrados é Rosângela Serra Paraná, que não sabe quantos anos tem ou onde nasceu. Sua certidão de nascimento, registrada em 1967 no Catete (Rio de Janeiro) e datada de 1º de outubro de 1963, é falsa. A maternidade no número 160 da Rua Marquês de Abrantes, no Flamengo, nunca existiu: o prédio pertence à autarquia de previdência dos servidores públicos desde 1958. O documento foi forjado pelo seu “avô”, o sargento do Exército Arcy de Paiva Paraná, que, assim que ela nasceu, tirou-a dos braços de sua mãe e entregou-a ao filho, o também militar Odyr de Paiva Paraná, e à nora, Nilza Serra Paraná, que não podia gerar crianças. Essa história ela só foi conhecer em 2013.
Outro caso triste de criança que sofreu na Ditadura Militar foi do bebê de 1 ano e 8 meses filho do jornalista e cientista político Dermi Azevedo.
O jornalista teve sua casa invadida e foi preso junto com seu filho pela ditadura militar. O bebê teria levado choques elétricos, segundo relatos de outros presos.
Na ocasião em que os militares entregaram a criança aos avós maternos, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Cacá foi jogado no chão pelos militares. O menino cresceu, mas desenvolveu fobia social. Em 2013, aos 40 anos, suicidou-se com uma overdose de medicamentos.
Fontes: Aventuras na História
14/06/2021 @ 15:46
[…] estudante Sylvia Montarroyos tinha apenas 17 anos quando foi presa pelo regime militar por distribuir um jornal com conteúdo “subversivo” e alfabetizar […]
08/07/2021 @ 16:10
[…] o caso da estudante Sylvia Montarroyos, que tinha apenas 17 anos quando foi presa pelo regime militar por distribuir um jornal com conteúdo “subversivo” e alfabetizar […]