Desigualdade na educação: diferença de aprendizado chega a 7 mil horas
A desigualdade na educação pode chegar a uma diferença de aprendizado de 7 mil horas entre crianças de famílias com a maior e a menor renda do Brasil, diz pesquisa do Itaú Social

Por: Juliana Lima
Uma pesquisa inédita realizada pelo Itaú Social concluiu que a desigualdade na educação entre crianças pertencentes aos extremos mais ricos e aos mais pobres do país pode chegar a uma diferença de 7 mil horas. Com o nome de “Cada Hora Importa”, o estudo analisou a diferença de aprendizado entre os estudantes. O resultado é o equivalente a 7,9 anos de uma escola regular.
Os pesquisadores analisaram o perfil de crianças de 0 a 14 anos de famílias com a maior e a menor renda per capita do Brasil, divididas em dois grupos: os 10% mais pobres e os 10% mais ricos. Em um dos grupos, a renda média é de R$ 145 por pessoa, enquanto no outro, chega a R$ 6.929. As perguntas foram separadas em cinco categorias:
Aprendizado em família: quantidade de horas de dedicação de mães, pais e/ou responsáveis a atividades de leitura e brincadeira com as crianças.
Aprendizado via internet: quantidade de horas dedicadas a estudos e pesquisas com o uso da internet em casa.
Educação formal: frequência e o volume de horas das crianças na educação infantil (creche para crianças de 0 a 3 anos; pré-escola para crianças de 4 e 5 anos; e ensino fundamental para crianças de 6 a 14 anos).
Atividades Extracurriculares: frequência e quantidade de horas dedicadas a cursos de idiomas, artes e esportes e a atividades culturais como cinema, teatro e museus.
Oportunidades nas férias: frequência e quantidade de horas em atividades estruturadas em períodos de férias.
Os cálculos foram feitos com base em cinco levantamentos nacionais: o PNAD 2019 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios); a POF 2017-2018 (Pesquisa de Orçamentos Familiares); o Censo Escolar 2019; o estudo Primeiríssima Infância – Interações 2020 (Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal) e o TIC Domicílios 2018.
A pesquisa teve apoio do Plano CDE e foi baseada no parâmetro internacional “Every Hour Counts”. A iniciativa defende uma educação integral que considere todas as dimensões da pessoa, sejam elas físicas, cognitivas, sociais ou emocionais.
Para ver o estudo completo, clique aqui.
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