Campanha da fraternidade que prega respeito ao público LGBTQI+ é criticada

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A Campanha da Fraternidade de 2021 traz o tema ‘Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor’ e tem sido criticada por abordar a violência contra mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTQI+

Foto: Adobe Stock

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lança oficialmente na quarta-feira (17/02) a Campanha da Fraternidade de 2021, com o tema ‘Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor’.

No texto que detalha a iniciativa, a CNBB faz críticas à negação da ciência durante a pandemia de Covid-19, à atuação do governo federal no combate ao coronavírus, às Igrejas que não respeitaram o distanciamento social e à “cultura de violência” contra mulheres, negros, indígenas e pessoas LGBTQI+.

O Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo. Em 2020, foram 175 assassinatos, com uma alta de 41% em relação ao ano anterior (124 homicídios).

O texto aponta que a juventude negra, mulheres, povos tradicionais, imigrantes e grupos LGBTQI+, “por causa de preconceito e intolerância, são classificados como não cidadãos e, portanto, inimigos do sistema”.

A Campanha da Fraternidade ainda recomenda que a população cobre das autoridades respostas sobre casos de violência contra vulneráveis que têm responsáveis impunes. Entre eles, cita o desaparecimento de Davi Fiuza, de 16 anos, após uma abordagem policial, em Salvador (BA), em 2014.

Mas a campanha recebeu críticas de alguns internautas que não gostaram do tema. Movimentos defendem que fiéis não façam doações para a campanha, que também tem como objetivo arrecadar recursos para melhorias nas igrejas e projetos sociais.

Parte do público que não apoia o tema afirma que o documento foi escrito por apenas uma pessoa. Em nota, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) afirmou que a redação “foi resultado de um processo coletivo de construção, que iniciou no final de 2019” e que “teve participação direta de pessoas de diferentes áreas do conhecimento, em especial, sociologia, ciência política e teologia”.

Após o caso, a Aliança de Batistas do Brasil divulgou uma nota de solidariedade às instituições e apoio à campanha, classificando os ataques como “demoníacos”.

“Nos causa espanto e temor, que precisemos defender de pessoas ditas cristãs aquilo que há de mais belo e cristão nessa nossa CFE-2021: a compreensão de que o Evangelho nos obriga a amar ao próximo como a si mesmo”, diz a aliança.

Fonte: G1