BTG Soma capacita organizações do 3º setor para ampliar seu impacto
EditaisO BTG Soma é um programa de aceleração para organizações da sociedade civil. Inscrições para a terceira turma estão abertas até 3 de dezembro

Por: Juliana Lima
Até 2020, o Brasil já somava 815.676 organizações da sociedade civil (OSCs), de acordo com um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o que representava um crescimento de 34 mil organizações em relação a 2018. Ainda segundo o estudo do Ipea, o terceiro setor no país atualmente é diverso e complexo, não havendo um padrão específico de estrutura nas organizações. No entanto, um dos grandes problemas que muitas OSCs enfrentam para além do financiamento tem relação justamente com questões técnicas e de gestão.
Foi pensando nisso que o BTG Pactual e a Ação Social para Igualdade das Diferenças (ASID) se uniram para construir um programa de aceleração de organizações sociais. O BTG Soma, como foi chamado, nasceu em meio à pandemia do coronavírus quando o BTG fez uma doação de R$ 50 milhões a organizações, e percebeu que poderia também ajudar em outras frentes.
“O que nós temos de melhor no BTG Pactual são as pessoas. Então resolvemos unir o apoio financeiro à expertise de pessoas do banco para que a gente pudesse desenvolver de uma forma mais completa a organização social”, explica Juliana de Paula, diretora de Responsabilidade Social do BTG Pactual.
Na primeira turma do BTG Soma, ainda em 2020, foram selecionadas seis organizações de diferentes partes do Brasil e de diferentes áreas de atuação. O primeiro o após a seleção foi realizar um diagnóstico das estruturas das organizações, para então programar as aulas e mentorias oferecidas por especialistas do BTG. Ao todo foram 103 horas de capacitação, entre outubro de 2020 e julho de 2021, além de 23 mentores e 30 especialistas envolvidos.
Organizações apoiadas
Uma das participantes da primeira turma do programa BTG Soma foi a Ballet Paraisópolis, organização criada em 2012 pela ex-bailarina Monica Tarragó e por Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, com o intuito de transformar a vida de famílias e levar arte, educação e cultura para a comunidade de Paraisópolis, em São Paulo. Por meio de um curso profissionalizante gratuito, a ONG atende cerca de 200 crianças e adolescentes de 8 a 20 anos e possui outras 2 mil em uma fila de espera.
Jorge Andreatta, produtor executivo da Ballet Paraisópolis, conta que o maior desafio tratado no programa BTG Soma foi justamente a aquisição de uma nova sede e a criação de metas a longo prazo que garantam a expansão do projeto a fim de atender todas as crianças e adolescentes que aguardam uma vaga no curso.
Ainda segundo ele, com as aulas e mentorias do BTG Soma, a organização pôde rever pontos importantes de seu modelo de negócio, pensar em novas ações de expansão e formatos de mensuração de impactos, diversificar a captação de recursos, criar um programa de voluntariado, firmar novas parcerias institucionais e fortalecer as práticas sustentáveis da instituição.
“O período de aulas, reuniões e troca de experiências com as outras organizações participantes foi de extrema importância para amadurecer ideias, analisar as prioridades de execução, organizar o planejamento estratégico e de atividades, e contar com diferentes opiniões e visões para tomadas de decisões mais assertivas”, diz Andreatta.
Já para o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, que trabalha pela diminuição da vulnerabilidade de crianças e adolescentes em região de fronteira, participar do BTG Soma foi uma forma de inovar e qualificar ainda mais sua gestão institucional.
Criada em 2002, em Corumbá (MS), a organização já atendeu 22 mil crianças e adolescentes brasileiros e bolivianos, por meio de aulas de dança, música, tecnologia, apoio escolar, educação ambiental, educação patrimonial e idiomas, no contraturno da escola regular.
Mônica Barbosa Macedo, coordenadora de projetos do Instituto, conta que o Moinho Cultural já havia participado de outros programas de aceleração, mas que o BTG Soma proporcionou novas mudanças e conquistas.
“O maior e melhor resultado que tivemos foi a finalização do Sistema Moinho, o que nos proporcionou um novo olhar para nossa perspectiva de expansão, e pudemos criar a RECAF – Rede da Criança e do Adolescente da Fronteira. Com isso, ampliamos nossas atividades para toda a fronteira brasileira, envolvendo cidades de 6 estados brasileiros e 7 países sul-americanos. Nosso atendimento, que era de 400 crianças e adolescentes ao ano, cresceu para 700 crianças e adolescentes atendidos pela instituição no ano de 2021”, diz Mônica.
BTG Soma 2022
A terceira edição do BTG Soma vai selecionar 10 organizações que atuem com educação, apoio à gestão de organizações de terceiro setor, desenvolvimento comunitário, esportes, formação para o trabalho, meio ambiente ou empreendedorismo.
Entre os temas que serão trabalhados estão o planejamento estratégico, captação de recursos, marketing e comunicação, avaliação de impacto e expansão e governança.
O edital completo se encontra na plataforma Prosas, onde também é possível realizar a inscrição até o dia 3 de dezembro.