Desinformação mata: brasileiros continuam espalhando fake news sobre vacinas

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Mesmo com mais de meio milhão de mortos por covid-19 no país, os brasileiros continuam espalhando fake news sobre vacinas. Notícias falsas envolvem desde chips dentro das vacinas até doenças causadas pelos imunizantes

Imagem ilustrativa/ Foto: Adobe Stock

Mesmo com mais de meio milhão de mortos por covid-19 no país, os brasileiros continuam espalhando fake news (notícias falsas) sobre vacinas, através das mídias sociais e pelo WhatsApp.

As fakes news envolvem desde chips dentro das vacinas, que supostamente poderiam controlar as pessoas imunizadas, até doenças causadas pelos imunizantes.

Uma das últimas notícias falsas diz que um relatório britânico pedia que a vacinação de covid-19 fosse interrompida imediatamente. O tal “relatório britânico” não foi produzido por um órgão oficial. Na verdade, foi feito por uma organização chamada The Evidence-Based Medicine Consultancy Ltd, que recomenda medicamentos sem comprovação científica para prevenir e tratar a covid-19.

“Mais de 75 milhões de doses de vacinas contra covid-19 já foram istradas no Reino Unido, salvando milhares de vidas por meio do maior programa de vacinação já realizado neste país”, diz a executiva-chefe da Medicines and Healthcare products Regulatory Agency (MHRA), June Raine.

O mais grave destas falsas notícias é que podem ser perigosas e até matar pela desinformação. Milhões de pessoas acreditam no que recebem e quase nunca conferem a veracidade das informações. Até profissionais da saúde acreditam nas mentiras inventadas pela internet.

Foi o que aconteceu com dois profissionais de saúde no Hospital da Zona Sul de Londrina, no norte do Paraná. Jeferson se negou a receber a imunização no fim de fevereiro, mas mudou de ideia e chegou a tomar a primeira dose no fim de março. O homem, que tinha 34 anos, morreu antes da aplicação da segunda dose.

No mesmo hospital, Angela Marques, que atuava como técnica de enfermagem, também se recusou a tomar a vacina. De acordo com o hospital, ela morreu de covid no dia 23 de abril, aos 54 anos.

Um levantamento recente feito nos Estados Unidos mostra que mais de 99% das pessoas que morreram de covid-19 no país, no mês de maio, não tomaram vacina contra covid. O número é uma evidência do quanto a vacinação em massa é importante para reduzir o número de mortes pela doença.

As fake news sobre vacinas existem e prejudicam desde a época do Império no Brasil. No século 19, apesar dos governos de dom João VI, dom Pedro I e dom Pedro II terem oferecido a vacina contra a varíola, gratuitamente, aos súditos, muitos fugiam dos vacinadores, acreditando que a vacina iria matá-los, o que contribuía para que as epidemias de varíola fossem recorrentes e devastadoras.

No momento, não existe nenhum remédio com eficácia comprovada contra covid-19. Os remédios que existem apenas são para os sintomas. A vacina é a única arma que o mundo tem contra a pandemia de covid-19, que já matou milhões no mundo todo.

Fonte: G1


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